CRISE

Procergs desliga data center 6k6n

Local sofreu alagamento. Ainda não está claro a extensão do impacto da medida. o3g1e

07 de maio de 2024 - 04:48
Vista área da Procergs no momento. Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini.

Vista área da Procergs no momento. Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini.

A Procergs, estatal de tecnologia do Rio Grande do Sul, desligou o seu data center em Porto Alegre no final da tarde desta segunda-feira, 6.

A decisão foi tomada para tentar preservar os equipamentos e evitar um colapso total da rede, uma vez que o local estava sendo tomado pela água, em meio à enchente que tomou boa parte da capital gaúcha desde a sexta-feira, 3.

Em nota, o governo do Rio Grande do Sul informou que a água atingiu o quadro elétrico, no-breaks e geradores.

"Nesse sentido, com o intuito de preservar a infraestrutura instalada, e de ter condições de retomar nossas atividades no menor intervalo de tempo possível, a equipe responsável pela gestão da crise tomou a decisão consciente de desligar o data center, retirando temporariamente a maioria dos nossos serviços do ar", diz nota do governo.

O desligamento será total e não há informação sobre quando o sistema será normalizado. 

Com a medida, sites do governo gaúcho e serviços prestados pela Procergs ficaram inoperantes. 

Foram mantidos os sistemas da Defesa Civil, Saúde e Segurança Pública em razão da crise enfrentada pelo estado, segundo o centro.

Não está claro a extensão imediata do problema causado pelo desligamento do data center da Procergs.

Em uma entrevista concedida para o IT Midia ainda no sábado, 4, o presidente da Procergs, Luiz Fernando Záchia, revelou que a empresa havia iniciado “um processo urgente de migração de dados para a nuvem”. 

O processo de migração está sendo feito pela própria companhia, com o apoio dos principais provedores de cloud.

Em 2022, a Procergs liderou uma compra conjunta de nuvem por 11 estatais de tecnologia em todo o país. Foram adquiridos serviços da Oracle, Huawei Cloud e AWS, em uma licitação ganha pela Datacentrics, uma empresa de Porto Alegre.

Horas antes da Procergs optar por desligar o seu data center, uma estação de bombeamento de água localizada a pouco menos de um quilômetro da estatal foi desligada por motivos de segurança, fazendo a água avançar rapidamente em direção aos bairros vizinhos.

O tamanho do caos a ser causado pelo desligamento da Procergs depende de quantos sistemas a empresa conseguiu migrar no meio tempo. 

Questionado sobre o que significaria perder o o aos sistemas pela IT Mídia, Záchia foi franco.

“Não quero nem pensar no cenário onde perderíamos o aos nossos sistemas. Estamos falando de milhões de vidas que dependem de programas sociais, segurança e serviços de saúde operando sem interrupções”, disse o presidente da Procergs. 

A crise pode ter inclusive repercussões nacionais. A Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul (que, aliás, fica no centro totalmente alagado de Porto Alegre) tem um acordo para processar notas fiscais eletrônicas de outros estados do país, usando para isso a infraestrutura da Procergs.

Para quem não conhece Porto Alegre, vale destacar que a sede da Procergs é uma construção esférica de concreto no estilo brutalista dos anos 70, instalada não muito distante do centro da capital.

O prédio fica na frente da sede istrativa do estado, construída mais ou menos na mesma época, e ambas estão situadas em cima de um grande aterro feito nos anos 60 sobre o rio Guaíba (ou lago, para quem quiser).

Ao norte da Procergs fica uma das encostas de uma grande elevação que domina o centro de Porto Alegre (no topo ficam o Palácio Piratini, sede do governo, a Assembleia Legislativa e a sede do judiciário).

Para oeste fica o bairro boêmio da Cidade Baixa, sede por muitos anos do Baguete e inundado depois do desligamento da casa de bombas instalada na rótula das Cuias. 

Ao oeste, pouco mais de 1 quilômetro da sede da Procergs, em um terreno totalmente plano fica a massa de água do Guaíba, que está no momento mais alto que em qualquer ponto já registrado, cinco metros acima do nível normal, cobrindo de água toda área do aterro, que vai até o estádio do Internacional, na zona Sul da cidade.

Especialistas avaliam que podem demorar 10 dias para que o Guaíba retorne ao seu nível normal. Até lá, parece difícil que seja possível religar a infraestrutura da Procergs, que inclui equipamentos do tipo mainframe, que não são assim tão fáceis de lidar.

É uma bomba e tanto a que caiu no colo de Záchia, um político ligado ao PMDB que foi nomeado para o cargo em outubro do ano ado.

Záchia foi presidente do Internacional nos anos 80 e 90, engatando em paralelo uma trajetória política na qual foi vereador em Porto Alegre, deputado estadual no Rio Grande do Sul e deputado federal.

Entre 2017 a 2021, anos durante os quais se discutia o fechamento da empresa, Záchia foi diretor istrativo e financeiro do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), a estatal de chips federal instalada em Porto Alegre.

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