CES

Hyundai é a mais nova parceira da Uber Elevate 4t5gv

Hyundai embarcou na onda dos carros voadores. Mas ainda é um sonho distante. 5t6ju

08 de janeiro de 2020 - 09:48
Em breve, voando sobre a sua cabeça? Foto: Divulgação.

Em breve, voando sobre a sua cabeça? Foto: Divulgação.

Começou a Consumer Electronics Show (CES) e os lançamentos já estão pipocando. A Hyundai acaba de anunciar que aderiu ao programa da Uber Elevate, subsidiária de Uber que visa promover transporte aéreo a preço de um Uber X. 

Um modelo meramente ilustrativo em tamanho real do Hyundai S-A1 foi apresentado no estande da montadora na CES. A aeronave 100% elétrica seria guiada por um piloto, inicialmente. 

Mas a intenção é operar com modelos autônomos assim que a tecnologia e as autoridades de tráfego aéreo permitirem.

Para chegar lá, a Uber Elevate vem fechando parcerias estratégias que vão de montadoras a fabricantes de aeronaves – ando pelas startups, como não poderia deixar de ser. 

A Hyundai é apenas a mais recente parceira de uma série que inclui a Aurora Flight Sciences (agora subsidiária da Boeing), Bell, Embraer, Joby Aviation, Pipistrel Aircraft, Karem Aircraft e Jaunt Air Mobility.

Para a criação das estações de embarque, a Uber também firmou parcerias imobiliárias com a Hillwood Properties, Related, Macquire, Oaktree e Signature. 

Além disso, a Uber Elevate vem trabalhando junto com a NASA para o desenvolvimento de sistemas aéreos não tripulados. A expectativa do projeto é disponibilizar aeronaves tripuladas até 2023 e eventualmente contar apenas com veículos autônomos.

“Nossa visão de Mobilidade Aérea Urbana transformará o conceito de mobilidade urbana”, disse Jaiwon Shin, Vice-Presidente Executivo e Líder da Divisão de Mobilidade Aérea Urbana (UAM) da Hyundai. “Esperamos que a UAM vitalize as comunidades urbanas e forneça mais tempo de qualidade às pessoas. Estamos confiantes de que o Uber Elevate é o parceiro certo para tornar este produto inovador prontamente disponível para o maior número possível de usuários.”

A Uber Elevate está trabalhando com as parceiras dentro do conceito de inovação aberta.  Todo o desenvolvimento do Hyundai S-A1 está baseado na abordagem histórica da NASA de divulgar publicamente conceitos de projeto para inspirar inovação entre várias empresas, estimulando o desenvolvimento de modelos comuns de pesquisa.

Existe atualmente uma corrida no desenvolvimento de veículo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVTOL, da sigla em inglês). Boeing, Airbus e Embraer já embarcaram nessa onda. A startup chinesa Ehang e a alemã Volocopter já vêm trabalhando no conceito há tempos. Há muitas outras startups em busca do sonho do carro voador. 

A nova indústria da mobilidade está atirando em todas as direções para ver se acerta em algum alvo. Os eVTOLs são uma das apostas. Mesmo se não vingarem, os protótipos servem de showcase e isca de estande em grandes feiras internacionais. Grandes empresas se sentem na obrigação de mostrarem que estão antenadas. 

As previsões otimistas colocam o ano de 2024 como o ponto de virada para os eVTOLs. Outros já jogam a previsão para 2030, como é o caso da Embraer. Mas pode demorar mais que  isso.

Pelo menos dois grandes obstáculos podem atrasar o modelo de negócios da Uber Elevate. O primeiro é de ciência básica. Não existe hoje nenhuma bateria leve e energética o suficiente para manter os eVTOLs no ar por mais de 30 minutos.

A seguir, vem o problema da certificação de segurança de voo. A aviação comercial só é segura hoje porque construiu ao longo do tempo um conjunto de regras super rigorosas que são aperfeiçoadas a todo o momento.

Sempre que uma investigação de acidente descobre a causa da falha catastrófica, um novo protocolo é emitido pelas autoridades. O caso do Boeing 737 Max está aí para comprovar. 

A ciência não trabalha com prazo de entrega. A descoberta de um novo material capaz de armazenar muitos e muitos quilowatts pode acontecer amanhã ou daqui vinte anos. 

Por outro lado, a aviação não é para amadores e, mesmo com nomes de peso como Boeing e NASA envolvidas no projeto, as certificações de segurança para os eVTOLs, autônomos ou não, pode levar décadas. 

Será preciso, antes de tudo, assegurar aos habitantes das metrópoles que nenhum dos muitos carros voadores cairá sobre suas cabeças.

* Carlos Martins é Diretor Executivo do E-24 Mobility Lab e idealizador da primeira corrida de carros elétricos do Brasil. Escreve para o Baguete sobre temas relacionados com indústria automobilística e mobilidade.  

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