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Cassio Bobsin, fundador e CEO da Zenvia. Foto: Divulgação
A Zenvia, companhia de plataforma de comunicação e serviços móveis, fechou o ano ado com uma receita líquida de R$ 612,3 milhões, uma alta de 42,5% frente aos resultados de 2020.
O lucro bruto ajustado subiu 77,9%, para R$ 197,9 milhões, com a margem bruta ajustada expandindo 6,4 pontos percentuais para 32,3%.
Além dos resultados em si, a Zenvia comemorou em sua divulgação a origem do faturamento, que está se tornando menos dependente do negócio de SMS, no qual a empresa nasceu, no começo dos anos 2000.
“Em 2019, nós éramos a plataforma de comunicação líder no Brasil, com o SMS compreendendo a maior parte das nossas receitas. Apenas dois anos depois, encerramos 2021 como a plataforma de CX líder na América Latina”, comemora Cassio Bobsin, fundador e CEO da Zenvia.
Talvez Bobsin esteja sendo um pouco apressado na comemoração, tendo em conta que as receitas dos negócios fora de SMS chegaram só a 35% do total (ainda que representem 77% do lucro).
O envio de SMS, atividade na qual a Zenvia é líder no Brasil após comprar uma série de concorrentes, é uma atividade de baixa lucratividade, na qual a receita está concentrada em 10 grandes clientes da empresa (o número total chega a 11,8 mil).
Além disso, o SMS já não é a tecnologia de comunicação dominante que foi no ado, com a alta das redes sociais e ferramentas de comunicação como o WhatsApp.
Atenta a isso, a Zenvia fez 10 aquisições para diversificar o seu negócio, criando uma plataforma de customer experience (ou CX, na sigla em inglês), incluindo comunicação por SMS, chatbots e análise de dados.
A última delas foi a Movidesk, uma companhia catarinense que oferece soluções de help desk e service desk como serviço.
Ao longo dos últimos anos, a Zenvia comprou a SenseData, uma startup dona de uma plataforma de gestão de customer success; a Sirena, startup argentina focada em soluções de comunicação para times de vendas por WhatsApp e a D1, provedora de “orquestração de jornadas digitais”.
“Estamos agora em um ponto de inflexão: 2022 será o ano em que lançaremos as bases para o crescimento rentável e sustentável, acelerando a integração de todos os negócios em uma poderosa plataforma e implantando uma nova estratégia de go-to-market”, afirma Bobsin.
A Zenvia entrou em outro nível em julho do ano ado, ao levantar US$ 200 milhões com a sua abertura de capital na bolsa americana Nasdaq.
Fundada em 2000 numa garagem de Porto Alegre por Cássio Bobsin, então um jovem de 20 e poucos anos, a Zenvia tem a trajetória clássica de uma startup de tecnologia, um pouco diferente das outras brasileiras na Nasdaq como as fintechs Stone e PagSeguro e ou a Afya Educacional.