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Kadu Monguilhott, CEO da Neoway. Foto: divulgação.
A B3, bolsa de valores oficial do Brasil, anunciou a aquisição da Neoway, empresa catarinense que é um dos destaques no mercado de big data no país, por R$ 1,8 bilhão.
De acordo com o site Brazil Journal, a transação será paga 100% em dinheiro e ainda precisa ar pela assembleia de acionistas da B3, além da aprovação do Conselho istrativo de Defesa Econômica (CADE) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Fundada em 2002 pelo empreendedor Jaime de Paula, a Neoway oferece soluções baseadas em dados para cerca de 500 empresas de diversos setores, tendo recebido aporte de grandes fundos como Accel Partners, Monashees e Temasek, entre outros.
Antes uma clara candidata a fazer uma abertura de capital na Nasdaq, a companhia teria entrado numa espécie de limbo desde 2019, quando vazaram as mensagens dos chats dos integrantes da Lava Jato.
Em resumo, o lobista Jorge Luz, ligado ao MDB, teria intermediado negócios para a Neoway na BR Distribuidora e Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, fez uma palestra paga na empresa.
Como consequência das revelações, o fundador da Neoway foi afastado da presidência e a empresa contratou uma auditoria para fortalecer seus controles internos.
Segundo relata o Brazil Journal, a crise levou a empresa a parar de crescer, tornando a venda para um investidor estratégico “o melhor caminho para dar saída aos fundos”.
Confusões à parte, a verdade é que o negócio faz sentido para a B3, que está agregando tecnologia no seu portfólio.
Em julho, a bolsa brasileira anunciou uma sociedade de R$ 600 milhões com a Totvs para criar a Dimensa, uma empresa que oferece soluções tecnológicas para o mercado financeiro.
Ano ado, a B3 concluiu a compra dos 25% que ainda não detinha na BLK Sistemas, uma empresa especializada no desenvolvimento de telas e algoritmos de negociação para corretoras e investidores institucionais.
A B3 também tem entrado em negócios como registros de recebíveis de cartão de crédito, energia, seguros, veículos, entre outros.
A compra da Neoway, no entanto, é o maior negócio da história da B3 desde a fusão da com a Cetip, em 2017, adicionando uma nova vertical de negócios à bolsa e indo ao encontro da estratégia de aumentar suas receitas recorrentes.
O plano é investir R$ 200 milhões na Neoway nos próximos cinco anos para alavancar as verticais de produtos que a companhia já tem — que são sales and marketing, compliance, análise jurídica, prevenção a fraudes e gestão de crédito — além de criar novas soluções para o mercado de capitais.
A Neoway continuará operando de forma independente e todos os seus executivos seniores devem continuar na empresa.
Segundo Gilson Finkelsztain, CEO da B3, a Neoway vem crescendo em torno de 15% a 20% ao ano e a expectativa é que a empresa fature R$ 190 milhões no ano que vem.