
Rodrigo Kede quer trocar IBM pela Microsoft.
A IBM entrou na justiça americana para impedir que o seu ex-vice presidente para América Latina, Rodrigo Kede, troque a empresa pela Microsoft, onde o executivo foi contratado para a mesma posição.
Kede, um dos brasileiros em mais alto nível na IBM, renunciou ao cargo em 18 de maio, com a perspectiva de começar na Microsoft dois dias depois, o que não aconteceu até agora.
Segundo relata o site americano West Fair Online, a IBM entrou com uma ação no dia 15 na Justiça de Nova York, acusando Kede de violar um acordo de não competição, um termo típico de contratos de trabalho de altos executivos visando impedir a ida para concorrentes.
Na visão da IBM, Kede teria condições de usar a favor da Microsoft informações confidenciais obtidas dentro da empresa, além de explorar a relação com grandes clientes para buscar migrações.
A IBM também pede a devolução do equivalente a US$ 1,3 milhão em opções de compras de ações, provavelmente parte do pacote de pagamento do executivo (no total, Kede embolsou US$ 4 milhões nos últimos cinco anos).
Segundo a empresa, Kede estava entre o 1% de executivos no topo da empresa, tinha o ao CEO e a planos da companhia no segmento de computação em nuvem, um dos pontos fortes da oferta da Microsoft.
Kede contra argumenta que o seu conhecimento sobre computação em nuvem é "mínimo", que a afirmação que a IBM compete com a Microsoft em cloud é "dúbia" e que a América Latina representa só 5% do faturamento da IBM.
O executivo disse que a sua saída da IBM foi motivada por uma "profunda insatisfação em trabalhar para a companhia", na qual mesmo como um executivo sênior ele não teria poder para tomar decisões básicas em gestão sem aprovação corporativa.
Esse tipo de situações é até certo ponto comum nos Estados Unidos. Em 2018, a IBM processou outra executiva, sua chefe da área de diversidade, que também queria ir para a Microsoft.
Kede fez uma carreira estelar na IBM, empresa na qual entrou como estagiário, ainda em 1993, para aos 33 anos assumir a posição de CFO e aos 40 o comando das operações no Brasil.
Em janeiro de 2015, Kede foi promovido ao cargo de VP em nível global, residindo em Nova Iorque com o cargo de presidente da IBM para a América Latina. Em 2017, foi promovido a gerente global de serviços. Em janeiro, ou a supervisionar as 77 contas mais valiosas da IBM.
Fontes da IBM ouvidas pelo site Neofeed afirmam que a última posição ocupada por Kede na empresa, na área de contas integradas globais, responsável pelos 77 maiores clientes da empresa no mundo é uma "geladeira".
Essa é a segunda tentativa de Kede de sair da IBM. A primeira também teve alguma confusão no meio.
Em 2015, Kede deixou a IBM para assumir o cargo de diretor de presidente da Totvs, como parte de um programa de transição de três anos durante os quais dividiria o poder com o fundador da gigante brasileira de ERP, Laércio Cosentino, até assumir totalmente o comando do negócio.
Seis meses depois, Kede deixou a posição. A Totvs comunicou sua saída em nota dando como motivo um “problema de saúde” com “impactos pessoais e familiares”.
Dois dias depois, Kede estava de volta na IBM, criando uma situação constrangedora (no final de 2018 Dennis Herszkowicz, ex-Linx, assumiu a Totvs fazendo uma transição bem sucedida até agora).
De acordo com as fontes ouvidas pelo Neofeed, a primeira saída de Kede "ficou atravessada" na IBM e a companhia estaria pronta para ir até as ùltimas consequências agora.