O Burger King, segunda maior rede de fast food dos Estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira, 02, que será vendido à brasileira 3G Capital ao preço de US$ 24 por ação. O valor total do negócio, incluindo ações e dívida, é de cerca de US$ 4 bilhões e deverá ser concluído antes do fim deste ano.
O 3G é um fundo de private equity (especializado em comprar participações em empresas) controlado pelos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, donos da AB-Inbev –fabricante de cervejas, que comercializa as marcas Budweiser e Stella Artois – e acionistas da AmBev.
Bancos deverão financiar em torno de US$ 2,8 bilhões do valor total do acordo. A 3G e seus financiadores são operadores de negócios que veem o Burger King como um investimento de longo prazo, segundo uma pessoa próxima ao assunto.
O acordo representa um prêmio de 46% sobre o preço da ação do Burger King antes da notícia do acordo surgir na quarta-feira, afirmaram as empresas.
A rede de fast food vem enfrentando dificuldades nos últimos anos, tanto por causa da recessão quanto por conta da concorrência com o McDonald's, seu maior rival.
A compra da Burger King está alinhada com a estratégia adotada por Lemann, Telles e Sicupira em todas as suas negociações: aquisições de empresas que possuem marcas globais e comercializam produtos com 'tíquete médio baixo' (de baixo valor agregado), as quais am, num segundo momento, por uma reformulação total.
A rede Burger King tem capital aberto na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) desde 2006. Em 2002, foi comprado da Diageo pelo grupo de private equities TPG, Goldman Sachs Capital Partners e Bain Capital.
Depois da oferta de ações, o grupo ainda detém um terço do capital da rede. Às 11h49 (horário de Brasília), as ações do Burger King negociadas em Nova York avançavam mais de 24%, para US$ 23,41, depois de terem subido perto de 15% na véspera.