
Cristian Gallas: iVirtua vai entrar em 2012 para arrebentar!
Um acordo milionário acaba de por fim à disputa pela composição acionária da iVirtua, empresa de Montenegro especializada em soluções de gestão do ciclo de vida de TI.
Após 3,5 anos, entre os quais se incluiu todo um 2010 de intervenção judicial, o fundador e presidente da empresa, Cristian Robert Gallas, comprou a parte do sócio Tiago Mabilde e agora fica com 90% da companhia, que também tem Paulo Gallas na sociedade, com os 10% restantes.
“Não posso especificar o valor pago ao ex-sócio. Apenas posso dizer que, inicialmente, ele pedia R$ 20 milhões, valor que foi bastante reduzido, ficando em uma quantia que é mais de R$ 1 milhão e menos de R$ 10 milhões”, afirmou Cristian Gallas em entrevista ao Baguete Diário.
Conforme divulgação oficial realizada pela assessoria de imprensa da iVirtua, a decisão de reformulação societária foi tomada “de comum acordo entre as partes”.
Sobre Mabilde, o comunicado informa: “Mabilde segue com a empresa Venture Capital Warehouse Investimentos, a qual fundou junto com outros empresários de MG, SP e RS. Ele afirma que em breve anunciará seu mais novo projeto”.
A reportagem do Baguete Diário tentou contato com Mabilde, mas até o momento não obteve retorno aos recados deixados.
Longa história
Nestes cerca de 3,5 anos desde a saída de Mabilde da iVirtua, os debates e tentativas de ajuste entre os sócios têm sido fervorosos.
Em 2010, a novela culminou em uma intervenção judicial na empresa de Montenegro – episódio que manteve Gallas afastado da companhia por aproximadamente sete meses.
“Foi até engraçado: fui proibido de atuar na empresa que eu mesmo criei”, lamentou, na entrevista ao Baguete. “Só não fui completamente afastado porque ficou comprovado que sou criador e responsável até hoje pelas partes estratégicas do TraumaZer0, principal produto da iVirtua, e me tirar prejudicaria clientes, inclusive”, comenta.
Mesmo assim, houve perda de market share e de clientes, ao longo de 2010.
Prejuízo que se refletiu no faturamento: o ano fechou em torno de R$ 6 milhões, a metade do resultado de 2009, contou Gallas.
Enquanto isso...
Como não podia atuar dentro da iVirtua, o executivo prestou serviço para a empresa, ao longo do ano ado.
Nesse meio tempo, também fundou a Aleste, empresa também sediada em Montenegro e focada em serviços como monitoramento de redes sociais e softwares para investigação criminal em computadores, gerenciamento remoto de máquinas e acompanhamento de pessoas e atividades em celulares.
“A Aleste não tem nada a ver com a iVirtua”, garante Gallas. “O que ocorre é que a empresa presta serviço para a iVirtua, quase como um e de nível 3, em casos que requerem este nível de avanço no e – contratos com clientes de fora do país, por exemplo”, completa.
Com a retomada na iVirtua, o executivo nem pensa em extinguir a Aleste. Pelo contrário: para este ano, a meta é faturar R$ 4 milhões com o novo negócio, que reúne um corpo de sete sócios.
“Há negócios muito fortes em andamento na Aleste. Um deles, por exemplo, é um contrato firmado com uma grande fabricante de celulares, que lançará, provavelmente para o Natal, aparelhos já contendo nossa solução de monitoramento de telefones móveis”, destaca Gallas.
Fôlego renovado
E para a iVirtua, as projeções também são promissoras, garante o sócio-proprietário.
Como este ano ainda é de recuperação dos cerca de 12 meses de intervenção judicial, quando, na definição de Gallas, a empresa foi “istrada por um advogado que era muito bom, mas não entendia de empresas de tecnologia e istrou a companhia como se fosse uma fábrica de vassouras”, a meta de crescimento fica em, no máximo, 50%.
Porém, para o ano que vem a aposta é de uma expansão mínima de 100%, com base no lançamento do TraumaCloud.
Com a nova solução, o tradicional TraumaZer0, vendido em formato tradicional de licença e focado em clientes corporativos de grande porte – até 400 mil máquinas -, a a ser TraumaZer0 Classic.
Já a versão Cloud vai atender usuários de menor porte, no formato SaaS, com hospedagem nos data centers da iVirtua, ou maiores, no modelo de nuvem.
“Hoje, o TraumaCloud já está em teste, inclusive em clientes - a Procempa, por exemplo”, conta Gallas. “O lançamento comercial da solução está previsto para janeiro de 2012, um ano em que viremos para arrebentar”, finaliza.
Expansão internacional
E para quem pensa que o novo arranjo societário da iVirtua encerra o capítulo de definições na cúpula da empresa gaúcha, surpresa: já estão em tratativas, embora "bastante iniciais", negociações com dois investidores, conta Gallas.
"Trata-se de um fundo de investimento, daqui do Brasil, e uma empresa de fora. Vamos tratar, inclusive, da internacionalização da empresa", adianta o executivo.