
Um grupo de cientistas alemães, do Deutsches Elektronen-Synchrotron (DESY), realizou um experimento que demonstra que o núcleo atômico de um elemento pode ficar transparente. A novidade é relevante para o rumo do desenvolvimento de computadores quânticos.
A pesquisa liderada pelo cientista Ralf Röhlsberger foi publicada nesta quinta-feira, 09, na revista Nature.
Segundo informações da Exame, a técnica, que utiliza o efeito da transparência induzida eletromagneticamente, permite que materiais opacos possam ficar transparentes na luz conforme os comprimentos de onda. Assim, possibilita o controle da transmissão e da velocidade da luz, além de envolver interferência quântica.
"Com os computadores quânticos, que são centenas de milhares de vezes mais rápidos que todos os PCs e notebooks que existem atualmente juntos, é possível que seja mais fácil de resolver os problemas ligados à solução de algoritmos, aplicações de TI e dados", comenta o cientista.
No laboratório do DESY, o grupo demonstrou que esse efeito de transparência também existe em raio X, quando os raios são direcionados para o núcleo atômico do isótopo de ferro 57, que compreende 2% do ferro natural no mundo.
“Certamente, ainda há um longo caminho a percorrer até que o primeiro computador com luz quântica se torne realidade. Entretanto, com esse efeito realizamos uma classe nova de experimentos de óptica quântica de alta sensibilidade”, disse Röhlsberger.
Segundo o cientista, a nova fonte de laser de raios X XFEL, que está sendo construída no DESY, em Hamburgo, representa uma grande oportunidade de se conseguir controlar o raio X com o próprio raio.
O grupo alemão também apresentou outro paralelo do efeito da transparência induzida eletromagneticamente. Conforme a Exame, eles mostraram que a luz presa em uma cavidade óptica viaja a uma velocidade de apenas alguns metros por segundo, o que contradiz a normalidade da velocidade da luz, de cerca de 300 mil quilômetros por segundo.