
Segundo o The Wall Street Journal, a prática é comum na empresa. Foto: divulgação.
A Amazon estaria usando dados dos vendedores de seu marketplace para desenvolver produtos de marca própria, ajudando-a assim a competir com seus próprios clientes mais na frente.
A prática sempre foi negada pela Amazon, mas, de acordo com The Wall Street Journal, um dos jornais de economia mais prestigiados do mundo, é comum na empresa, sendo “discutida abertamente em diversas reuniões”.
A informação veio de 20 ex-funcionários da gigante do e-commerce ouvidos pela publicação, além de um que ainda trabalha na companhia.
Eles teriam dito ao WSJ que a empresa tem usado relatórios de vendas de produtos de terceiros para decidir se entra ou não em determinado segmento, quais recursos copiar, e até como precificar o novo produto.
A Amazon teria ado, por exemplo, dados sobre as vendas de um organizador de porta malas de carros da marca Fortem, um best-seller do site. Algumas semanas depois, lançou seu próprio produto.
Segundo o WSJ, as informações incluíam o total de vendas, o valor pago em marketing e entrega, e quanto a Amazon ganhou em cada venda.
Outra caso é o da Upper Echelon Products, que vende uma almofada para cadeiras de escritórios no site.
No início do ano ado, um funcionário da Amazon diz ter compilado e analisado os dados de um ano de vendas deste produto. Em setembro, a empresa lançou sua própria versão da almofada.
“Sabíamos que não podíamos, mas, ao mesmo tempo, estávamos criando produtos da Amazon e queríamos que eles vendessem”, contou um desses funcionários ao WSJ.
A Amazon disse ao jornal que proíbe estritamente o uso de informações específicas e privadas de vendedores para determinar o lançamento de produtos private label, garantindo que vai abrir uma investigação interna sobre o assunto.
A divisão de private label da Amazon tem 43 marcas com mais de 243 mil produtos, respondendo por apenas 1% das vendas totais.
Ainda de acordo com a publicação, o objetivo da empresa é que esses produtos em a representar 10% do faturamento até 2022.
A notícia deve aumentar o mal estar entre a Amazon e seus vendedores, que já suspeitavam que a empresa se beneficiasse de seus dados.
Como a Amazon responde por quase 40% de todas as vendas do e-commerce americano, os varejistas que querem ter sucesso vendendo na internet são praticamente obrigados a listar seus produtos na plataforma.