Contrariando a previsão da Anatel, que em dezembro ado divulgou que as operadoras virtuais estreariam no Brasil em, no máximo, seis meses, a Amdocs faz uma projeção mais demorada.
Para a companhia, provedora de software e serviços para companhias de telecomunicações, só no segundo semestre deste ano deverão iniciar as primeiras ofertas no país do chamado modelo MVNO, que permite a empresas de fora da área de telecom oferecer linhas de celular.
Até agora, empresas como Porto Seguro e GVT acenaram com a intenção de movimentarem-se no sentido de operação com MVNO.
O Carrefour, que também havia se mostrado um forte candidato – uma vez que já oferece esse tipo de serviço em outras dezenas de países – não deu indícios ainda de que pretende estrear no Brasil.
Conforme análise de Renato Osato, vice-presidente da Amdocs, a morosidade do processo surpreende, já que, ao ser anunciada a aprovação da Anatel para o MVNO, muitas companhias de varejo, financeiras e teles se mostraram muito interessadas no serviço.
Agora, porém, não correm atrás.
Conforme declarou o executivo em entrevista ao IDG Now!, isso se deve, em parte, à complexidade das regras para atuação das operadoras virtuais.
Para atuar como MVNO, as empresas devem escolher entre dois modelos.
Um, é a atuação como autorizadas, em que contratam a frequência das operadoras e são responsáveis por tudo, menos pela infraestrutura de rede; ficando sujeitas às mesmas regras impostas pela Anatel às concessionárias tradicionais, com outorga para funcionar.
O outro, a atuação como credenciadas. Nesta opção, a operadora virtual apenas vende o serviço, enquanto uma operadora tradicional cuida da prestação do serviço, da cobrança, do e.
Para Osato, embora ainda deva demorar um pouco para entrar em ação no Brasil, o modelo MVNO deverá, sim, vingar.
“Em dois anos, o número de operadoras virtuais deverá chegar a dez", estimou, na entrevista ao IDG Now!.
Antes...
Em dezembro de 2010, a conselheira da Anatel, Emília Ribeiro, havia previsto que as operadoras virtuais iniciariam atuação no Brasil em, no máximo, seis meses.
Na época, ela contrariava a opinião de analistas de mercado que afirmavam que o modelo ainda demoraria a ser adotado no país e ressaltava, como argumento, um pedido que já havia sido encaminhado à agência em relação à outorga para funcionamento de uma MVNO na modalidade autorizada.
A conselheira não deu nomes, mas sabia-se que a GVT havia se mostrado interessada em atuar como MVNO autorizada.
A Telefónica também anunciou no ano ado a meta de entrar no Brasil com este tipo de serviço, usando a controlada Vivo para fornecer os serviços de rede.
Outras empresas, como Itaú, Bradesco, Ipiranga e Cemig também haviam demonstrado interesse.