
Maria Rita Spina Bueno.
Os principais grupos de investidores anjo atuantes no Brasil devem fechar o ano com um investimento total na casa dos R$ 80 milhões, uma alta de 76% em relação a 2020.
É o que aponta um levantamento da Anjos do Brasil, uma associação que visa fomentar esse tipo de investimento feito por pessoas físicas em empresas de tecnologia em estágio inicial.
O levantamento ouviu os investidores da própria Anjos do Brasil, além de 18 outras associações, incluindo nomes conhecidos como Gávea Angels e Curitiba Angels e os grupos de investidores formados por ex-alunos da FEA, Insper e Poli, entre outros.
No primeiro semestre deste ano foram investidos R$ 39,9 milhões em startups brasileiras pelos integrantes dos grupos, quase o volume de 2020 inteiro, quando o total foi R$ 45,2 milhões.
Parte do aumento do volume se dá pelo aumento da quantidade de investidores participando das redes, que facilitam o o a startups. Hoje eles são 2560, 29% a mais do que em 2020.
De acordo com Maria Rita Spina Bueno, diretora executiva da Anjos do Brasil e fundadora desse grupo de líderes de redes, o sucesso dos números se deve à cooperação entre as redes.
Outro dado que chama atenção no levantamento é o aumento do valor investido, que cresceu 35% em relação ao ano ado. Em média, cada investidor aporta R$ 34 mil, com um valor máximo de R$ 100 mil e mínimo de R$ 15 mil.
Quando se fala de rede, a média aportada fica entre R$ 400 mil e R$ 800 mil, com um ticket máximo de R$ 1,5 milhões e um mínimo de R$ 200 mil.
“Estes resultados mostram a importância das redes para o ecossistema de investimento anjo. Nosso grupo tem apoiado o surgimento de novas redes de investidores anjo, que proporcionam um ambiente de boas práticas e de o a diversas oportunidades para os investidores, que se tornam mais ativos e conseguem efetuar uma alocação de capital mais eficiente”, resume Bueno.
É preciso interpretar o levantamento da Anjos do Brasil com um pouco de cautela, porque ele reúne os investidores mais engajados, organizados dentro de associações.
No cenário global, no qual estão os anjos "solitários", o crescimento pode ter sido menor.
Ainda em julho, a própria Anjos do Brasil divulgou um estudo mais amplo, com quase 7 mil participantes, indicando que o investimento anjo levou um tombo no Brasil em 2020, com uma queda de 20% para R$ 856 milhões no total.
A queda foi causada principalmente pelos chamados investidores ivos, que são procurados por empreendedores e investem oportunisticamente.