
Anderson Vera Fernandes, country manager da Geopagos no Brasil. Foto: Divulgação
A Geopagos, uma startup argentina especializada em pagamentos, acaba de abrir uma operação no Brasil, com uma aposta em tecnologia para pagamentos sem contato.
A prática decolou durante a pandemia, quando as pessoas não queriam colocar o dedo em máquinas de cartão para digitar a senha.
Segundo o último balanço do setor de meios eletrônicos de pagamentos, realizado trimestralmente pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), mostra que as transações por aproximação mais do que quadruplicaram no período de um ano, chegando a R$ 235,5 bilhões no primeiro semestre deste ano.
Em quantidade, foram feitas 4,6 bilhões de transações sem contato entre janeiro e junho de 2022, ante 1 bilhão nos mesmos seis meses do ano ado. Mais ou menos um terço de todas as transações presenciais feitas com cartão são por aproximação.
É um nicho com potencial para a Geopagos, que desenvolveu tecnologia que permite transformar qualquer celular com funcionalidades de NFC para troca de dados em um terminal de pagamentos.
Por meio de um app, o vendedor insere o valor no aplicativo, aproxima o dispositivo que fará o pagamento ao celular, e o leitor reconhece o chip do cartão (ou a carteira digital no celular do cliente) e garante a transação. É o que se chama no jargão da área de pagamentos de “tap to phone”.
Pela estimativa da Abecs, até o final de 2022, metade das transações presenciais feitas com cartão devem ser por aproximação.
“Isso ajuda os pequenos comércios, que não terão que pagar custos adicionais de hardware para processar vendas com cartão de débito e crédito”, resume Anderson Vera Fernandes, country manager da Geopagos no Brasil.
Fernandes é um profissional experiente no nicho de tecnologia, finanças e pagamentos. Ele foi CIO da Adiq Pagamentos e superintendente de TI da SafraPay, além de ter ado por cargos de gerência na área de TI da Cielo e Redecard, as maiores players no mercado de máquinas de cartão.
A Geopagos já tem o sistema funcionando na Costa Rica e no Peru, em parceria com a Visa. Ela está em teste ou desenvolvimento em uma série de outros países latino americanos nos quais a empresa está presente, o que indica que o Brasil deve entrar logo na lista.
Ainda em agosto, a Geopagos levantou US$ 35 milhões em uma rodada liderada pela Riverwood Capital, visando justamente ampliar a presença internacional da empresa, que já tem um volume anual de processamento na casa de US$ 5 bilhões e clientes como Santander, Itaú e BBVA, entre outros.