Com crescimento real de 4,1% e faturamento de R$ 131,8 bilhões em 2009 - R$ 11 bilhões a mais do que em 2008 - as atacadistas distribuidoras brasileiras lucraram o equivalente a cerca de 5% do PIB.
As informações são do ranking Abad - Associação Brasileira de Atacadista e Distribuidores / Nielsen, divulgado nesta segunda-feira, 17, e que reúne 391 atacadistas.
De acordo com o levantamento, para 2010 a expectativa do setor é crescer pelo menos 6%: os empresários projetam aumento nos investimentos, no faturamento, na rentabilidade e no volume de vendas.
O segmento apresentou em 2009 crescimento nominal de 9,2%, embora tendo sido um ano marcado pela crise. A participação do atacado nas vendas tem permanecido estável e significativo, acima dos 50%, nos últimos cinco anos. Em 2009, correspondeu a 52,2% do que foi distribuído no mercado mercearil do país.
Os números superaram as expectativas da Abad, que havia projetado para 2009 crescimento em torno de 3%. Um dos fatores que contribuíram para o resultado, de acordo com a Abad, foi o aumento do poder de compra da classe C, que também representa hoje a maior fatia da renda nacional e é composta por 91 milhões de brasileiros, segundo dados do IBGE.
"O crescimento decorre também da atuação proativa das empresas do segmento, que mesmo durante a crise confiaram na solidez do mercado de consumo nacional e não interromperam os investimentos, seja em renovação da frota, tecnologia ou no aperfeiçoamento de suas relações com o varejo independente, seu principal cliente", avalia Carlos Eduardo Severini, presidente da Abad.
Segundo o diretor, o atacado distribuidor atua cada vez mais como parceiro e consultor do varejista, e a força de vendas do segmento está sendo treinada para ajudar o pequeno comerciante a encontrar o mix de produtos ideal, a desenhar o melhor layout de loja e aperfeiçoar a prestação de serviços ao cliente final.
A Abad entende que o foco da atuação do atacado distribuidor é a prestação de serviço ao varejo independente, composto principalmente por mercados pequenos - de um a quatro checkouts - e médios - cinco a dez checkouts - e lojas de conveniência.
"Por isso, desenvolve programas de capacitação do varejista independente em aspectos operacionais e de gestão, além de treinamentos para formar um novo perfil de profissional de vendas", explica Severini.
Ranking Abad / Nielsen
Realizado anualmente desde 1995, o ranking tem o objetivo de fornecer uma radiografia do segmento atacadista distribuidor, a partir de respostas elaboradas pelas próprias empresas, e é resultado de uma parceria da entidade com a consultoria Nielsen e a FIA - Fundação Instituto de istração.
O segmento atacadista distribuidor movimenta cerca de 5% do PIB nacional e é responsável pelo abastecimento de mais de um milhão de pontos de venda em todo o país, o que corresponde a mais da metade do mercado de consumo mercearil brasileiro.
Segundo a Nielsen, 95% dos supermercados pequenos - de um a quatro checkouts - e 40% dos supermercados médios - de cinco a 10 checkouts - são abastecidos por empresas atacadistas distribuidoras, sendo que o pequeno e o médio varejo são os que mais atendem os consumidores das classes C, D e E.