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Diego Cerqueira, CTO da Ativa Investimentos. Foto: divulgação.
A Ativa Investimentos, corretora de valores com mais de 30 anos de mercado, aumentou em 65% seus investimentos em tecnologia desde o ano ado, apostando em mão de obra e infraestrutura para 28 projetos entre 2020 e 2021.
Para dar e ao crescimento exponencial que planeja ter na área de varejo nos próximos anos, a empresa começou reforçando sua área de tecnologia e encerrou 2020 com o dobro de colaboradores na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Na época, a equipe tinha cerca de trinta profissionais, que representavam pouco mais de 10% da companhia. Hoje, o time conta com cerca de 65 pessoas, entre funcionários e terceiros, e um em cada quatro colaboradores da Ativa (25%) integra o time de tecnologia.
Segundo Diego Cerqueira, Chief Technology Officer (CTO) da corretora, o foco principal foi dar mais corpo para a equipe, não só na questão numérica, mas também na capacidade técnica.
“Fomos atrás de profissionais que já trabalhavam no mercado e que tinham realmente experiências mais relevantes para que a gente conseguisse fazer essa oxigenação no time e também acelerasse de forma exponencial o conhecimento”, conta Cerqueira.
A metodologia ágil já havia sido implantada no segundo semestre de 2019, mas algumas oportunidades de melhoria foram identificadas — como dar mais escala para construção de produtos e aumentar a segmentação.
“Antes havia metodologia ágil com squads, mas eram squads muito grandes e sem uma divisão mais clara da missão. Era uma divisão pelo conhecimento da mão de obra de cada profissional e o que a gente fez foi criar uma squad para o propósito do negócio”, explica o CTO.
Assim, foram criados squads para áreas como B2C web, site, marketing, B2B, renda variável e renda fixa, que contam com membros da área de negócio para gerar velocidade de análise na tomada de decisões.
Além de reestruturar a equipe, a Ativa apostou na implementação da nuvem híbrida para alcançar maior escalabilidade na entrega dos projetos e produtos que estavam por vir. A solução escolhida foi a OpenShift, da Red Hat, com armazenamento de nuvem pública.
A empresa permaneceu com dois datacenters. Um deles fica em São Paulo, com os servidores de produção, e o outro, no Rio, com os de desenvolvimento, homologação e disaster recovery.
Segundo o CTO, toda a renovação do parque foi feita olhando para a segurança, que terá como “cereja do bolo” a implantação da LGPD, que está em fase de construção com a consultoria Proof Security e deve ser finalizada ainda no primeiro semestre deste ano.
Além disso, foi criada a área de governança, com a implantação de um projeto de gestão de serviço com indicadores para a tomada de decisão.
“Se eu quero tomar uma decisão de aumentar minha disponibilidade, por exemplo, eu vou diretamente nesses indicadores e vejo qual é minha maior dor, frente toda aquela parte estratégica de tomada de decisão, de qual projeto ou produto eu tenho que construir”, explica.
Nesta linha, a corretora também criou o Centro de Experiência Digital (CED), um centro de operação físico com telões instalados dentro do escritório da companhia, no Rio de Janeiro, monitorando toda a experiência dos produtos ofertados para os clientes.
Utilizando inteligência artificial, o CED prevê eventuais falhas operacionais, testando os serviços e avisando como está o sistema para evitar o menor sinal de perda financeira ou algum dano.
Caso identifique qualquer anormalidade, um alerta instantâneo é enviado ao time de operações.
"Temos 80% das situações sendo descobertas e corrigidas de maneira completamente ágil e proativa, sem qualquer impacto e sem chegar a se transformarem em um problema de fato", conta Cerqueira.
A ideia do projeto é ir além da infraestrutura, monitorando a experiência do usuário nos aplicativos e produtos da corretora para descobrir mais rápido a ocorrência de eventos de indisponibilidade, reagir com mais agilidade e descobrir a causa raiz com menos esforço.
Se o envio de uma ordem tem como meta demorar até três segundos, por exemplo, todas as transações que levarem mais do que esse tempo já aparecem no sistema como uma experiência negativa para o cliente.
Em 2021, a expectativa da Ativa é fechar o ano com 99,99% de disponibilidade média das plataformas, frente à média de 99,59% registrada no ano ado. Além disso, a corretora espera reduzir o número de incidentes em 14%.
Com esses investimentos na área de tecnologia, as principais entregas do ano ado foram realizadas no segundo semestre, como é o caso do Cadastro Digital, uma remodelagem da experiência do cliente na hora de realizar o cadastro, que entrou no ar em dezembro.
Em março de 2021, a equipe entregou a nova página de fundos, onde reestruturou toda a experiência de fundos de operação no site e no aplicativo atual. Ainda em abril, a corretora também deve lançar uma plataforma de crédito privado para o cliente final.
Para este ano, no entanto, o principal projeto da companhia é a construção do seu novo aplicativo, que deve ter a primeira versão até o final de julho.
No app, a empresa deve apostar em pontos como atendimento e intuitividade, considerando a dificuldade que as pessoas físicas têm em entender como o mercado funciona e entrar nele.
“Sem dúvida nenhuma, com a experiência do protótipo, que a gente já conseguiu desenhar tanto a página quanto a carteira, a gente realmente está com um produto sensacional e que, na minha opinião, vai agradar muito o público geral”, afirma o CTO.
No segundo semestre, a empresa deve fazer uma reconstrução do site, alinhando-o com a experiência móvel — pois pretende ser mobile first.
A Ativa pretende criar, ainda, um marketplace que inclui a oferta de soluções no estilo Broker as a Service — como Stake e Trademap —, que deve começar no final do primeiro semestre.
A ideia é explorar o momento de open banking e ofertar os produtos para companhias de outros segmentos que ainda não possuem determinado tipo de serviço. Futuramente, devem entrar outras soluções, como sistemas de previdência privada.
“A gente está nesse projeto de desenvolver o novo aplicativo, mas já aproveitamos para ir criando todo esse mecanismo de soluções em API, que é o termo que o mercado dá, para outras casas plugarem os nossos serviços de investimento”, explica o executivo.
Além disso, a Ativa pretende lançar um produto bancário, com conta a pagar e cartão de débito, mas prefere não dar muitos detalhes sobre o assunto por enquanto.
“É importante reforçar que a empresa utilizava muito da tecnologia como um e para o dia a dia. Com essa reestruturação e principalmente agora em 2021, a gente ou a ver a área de tecnologia como um pilar estratégico para a companhia”, resume Cerqueira.
Fundada em 1983, a Ativa Investimentos é uma corretora independente com escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Goiânia, Salvador e São José dos Campos.
Atendendo clientes de todo o Brasil, a empresa possui os mais importantes selos de qualidade operacional da B3: Retail Broker, Execution Broker e o selo de certificação da Cetip, o B3 Certifica.