
Fundação Autodesk vai aportar US$ 10 milhões no projeto da UFU. Foto: Divulgação.
A Fundação Autodesk vai investir US$ 10 mil em um projeto desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Engenharia Biomédica e o Grupo de Realidade Virtual e Aumentada da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
A iniciativa marca o primeiro aporte financeiro da Fundação Autodesk na América Latina.
O objetivo do projeto desenvolvido na UFU é baratear o processo de confecção de próteses para membros superiores e o treinamento dos usuários, a fim de atender a população de baixa renda do país.
Para isso, o grupo combina tecnologias como modelagem 3D (por meio do software Autodesk Fusion 360), realidade virtual e impressão 3D.
Além de baratear o custo do equipamento, o objetivo do projeto é que a adaptação do paciente à prótese, que é uma questão crítica da ortopedia, seja mais fácil.
“Cada pessoa é única, então nunca haverá uma prótese que seja igual para dois indivíduos, não com o mesmo nível de compatibilidade”, afirma Alcimar Barbosa Soares, chefe do departamento de pesquisa da Faculdade Biomédica da UFU.
Com a nova metodologia proposta pelos pesquisadores, o custo das próteses pode cair até 70%.
Por mais de 20 anos, pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia têm trabalhado com o uso de Realidade Virtual (e Realidade Aumentada, mais recentemente) em reabilitação humana.
No início, todas as simulações eram feitas inteiramente no computador. Em seguida, identificou-se a necessidade de ar uma manipulação direta do paciente com o modelo virtual Isso porque estudos mostravam que esse tipo de interação reduziria esforço mental durante o processo de reabilitação.
Diferentes casos foram considerados nestes últimos anos. Eles incluem usuários cadeiras de rodas, indivíduos em recuperação após um acidente vascular encefálico, pacientes tetraplégicos e outros.
“Com o ambiente virtual, o treinamento em casa será possível, permitindo que o paciente se desloque para uma clínica de reabilitação com menos frequência, reduzindo assim a emissão de combustível e poluição, além do desconforto no transporte em si”, afirma Edgar Lamounier, pesquisador e professor da Universidade.
O primeiro aporte da Fundação será aplicado em equipamentos e materiais que serão utilizados na etapa de testes das próteses, pois trata-se de um processo que envolve tentativa e acerto.
O projeto, que está em fase inicial, deve ser concluído em 4 anos e custar US$ 140 mil. O grupo busca apoio de agências e instituições governamentais para novos aportes.
Hoje no Brasil há cerca de meio milhão de pessoas que usam próteses. Uma pesquisa realizada pela Agência de Investigação de Saúde e Qualidade, em 2009, mostra que os custos hospitalares associados à amputação totalizaram mais de US$ 8,3 bilhões.
“A Autodesk tem como missão ajudar pessoas a imaginar, criar e projetar um mundo melhor e por isso apoia iniciativas como essa. Mais que a facilidade no processo de fabricação das próteses, os pesquisadores estão trabalhando para aumentar a inclusão de pessoas com deficiências físicas de baixa renda”, afirma Fabio Gomes, especialista técnico da Autodesk Brasil.
Lançada em março de 2014, a Fundação Autodesk alinha a experiência da Autodesk em design da Autodesk com ações filantrópicas.
* Júlia Merker viajou a São Paulo para o Autodesk University a convite da Autodesk.