
Números da Taurus não agradaram auditor. Foto: flickr.com/photos/genbug.
A venda de uma unidade de equipamentos industriais da Taurus para a Renill Participações, do grupo SüdMetal, foi alvo de críticas por conta da firma de auditoria Ernst & Young (EY), que apontou "distorções relevantes e generalizadas" no negócio.
Segundo matéria publicada pelo Valor, a transação rendeu uma baixa de R$ 57,8 milhões no balanço do segundo trimestre, além da "conclusão adversa" por conta do auditor contábil.
De acordo com a firma de auditoria, o problema tem a ver com a venda da Taurus Máquinas-Ferramenta, fechada em junho de 2012 por R$ 115,3 milhões.
No entanto, em agosto deste ano, o comprador repactuou o contrato, reduzindo o valor pela metade, ficando em R$ 57,2 milhões, cujos números foram contabilizados no segundo semestre de 2013.
De acordo com a EY, a Taurus deveria fazer a revisão um ano antes. "Os eventos que levaram a redução do valor original da venda se encontravam substancialmente presentes em 30 de junho de 2012 e a referida perda deveria ter sido reconhecida naquela data", destacou o auditor em seu parecer, conforme relata o Valor.
Com isso, a EY decidiu não avalizar as demonstrações de resultados, os fluxos de caixa e as mutações do patrimônio líquido, assim como deu ressalvas ao balanço patrimonial, afirmando que a Taurus não tem previsões para perdas relativas aos R$ 54,4 milhões que ainda tem a receber da SüdMetal.
A companhia encerrou o segundo trimestre com prejuízo de R$ 101,3 milhões, um revés considerável em relação ao lucro de R$ 9,5 milhões registrado um ano antes.
Segundo destacou em teleconferência à imprensa, o presidente da Forjas Taurus, Dennis Gonçalves afirmou que, houve uma mudança filosófica nas normas contábeis internacionais, que privilegiam a essência sobre a forma, e isso causou o parecer adverso.
De acordo com o analista do Valor, opiniões adversas como esta são raras em balanços de companhias abertas. No caso da Taurus, empresa envolvida em níveis de governança e Nível 2 da BM&FBovespa, é ainda mais curioso.
Em casos de mudança em negociações, a saída mais correta para as empresas junto aos auditores, seria republicar os balanços anteriores.