FUTURO

Bancos pressionados pelas fintechs f302m

18 de junho de 2015 - 15:19
Chris Skinner.

Chris Skinner.

Os bancos estão há tempos ultraados e, em sua maioria, atrasados em seus processos de inovação, em um cenário onde startups e serviços financeiros digitais aceleram.

A análise é de Chris Skinner, um dos nomes mais respeitados do mundo no que se refere a tecnologia e inovação para a segmento financeiro, que esteve em São Paulo participando do Ciab Febraban 2015.

O executivo, chairman da consultoria Financial Services Club e ex-VP da gigante Unisys, acredita que os bancos estão presos pelo seu legado na competição com players emergentes.

"Os bancos ainda lidam com um legado histórico de processos baseados no papel, com foco em presença territorial e filiais como seu ponto de contato. Por outro lado, novas empresas financeiras abrem sem nada deste peso", disparou o especialista.

Estas “novas empresas financeiras”, chamadas fintechs, devem receber cerca de US$ 30 bilhões em investimentos de venture capital este ano. Em 2013, o valor aportado foi de US$ 4 bilhões.

De acordo com o Goldman Sachs,  20% dos lucros do setor financeiro devem ir para as novas plataformas destas fintechs até 2020.

“As instituições financeiras tradicionais ainda operam com medidas financeiras físicas traduzidas em dados. Estas novas empresas de pagamento já usam dados como valor em seu DNA”, afirmou Skinner.

Para o especialista, os bancos internacionais já enfrentam um desafio crítico - que é o de trocar lugares e pessoas por software e serviços - pressionados pelo crescimento de plataformas eletrônicas de pagamento como PayPal e a criação de moedas eletrônicas como o Bitcoin.

Fora do Brasil, alguns bancos já tomaram decisões ousadas para recuperar o fôlego nesta corrida tecnológica. Na Austrália, por exemplo, o Commonwealth Bank levou todas as suas operações para a nuvem, uma manobra que exigiu negociações com órgãos reguladores no país.

"O banco conseguiu eliminar dúvidas sobre a segurança na nuvem, e com isso reduziram 35% de seus custos e se tornou a instituição financeira mais ágil do país e foi reconhecida como uma das mais inovadoras do mundo na área", explicou Skinner.

Outros bancos, como o BRE Bank, da Polônia, foram ainda mais radicais, eliminando todas as suas unidades físicas e se transformando em um banco 100% digital chamado mBank. Apesar da ruptura, o banco conseguiu migrar 71% dos seus correntistas para o novo modelo.

Apesar dos exemplos internacionais, para o Brasil Skinner não vê saídas deste tipo, ainda mais em um modelo onde os bancos, embalados por altas taxas de juros, ainda operam com grandes margens de lucro, acima de muitas instituições de países de primeiro mundo.

Perguntado pela reportagem do Baguete, Skinner itiu que mesmo inovações externas vindas das fintechs podem ser dificuldades em mercados mais regulados ou protegidos, como é o caso do Brasil, o que inibe tanto a possibilidade para tecnologias alternativas como também para uma transformação mais efetiva do sistema bancário atual.

No entanto, existem oportunidades para players inovadores entre a população não bancarizada, que ainda totaliza 40% dos brasileiros, e, muitas vezes, não é um cliente atrativo para os grandes bancos.

Nesse cenário, telcos estão operando o papel de bagunçar o coreto que lá fora é feito pelas fintechs.

Um exemplo é o da Vivo e MasterCard, que lançaram em 2013 o Zuum, tecnologia de pagamentos que combina uma conta pré-paga de celular ao uso de um cartão de débito.

"Permitir a competição é algo saudável, mas em mercados em que bancos tem maior proteção de entidades e governos, ela fica restrita. O Brasil chegou a ter uma tentativa de transferência de valores usuário-a-usuário (P2P), mas foi rapidamente barrada. Acredito que em cenários como esse, os bancos inovam ao seu tempo e maneira", finalizou Skinner.

*Leandro Souza viajou a São Paulo para o Ciab Febraban 2015 a convite da SAP.

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