Nos últimos 12 meses, o total investido na BM&F Bovespa em nome de cerca de 2 mil crianças e jovens de até 15 anos aumentou 160%, chegando a R$ 420 milhões. A cifra engloba tanto o dinheiro efetivamente istrado por jovens quanto os recursos que os pais aplicam em favor dos filhos.
O segmento etário é o que mais cresce na bolsa, e é representado principalmente por jovens de classe média dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, segundo matéria veiculada na revista Exame deste mês.
"Mesmo com os altos e baixos das bolsas, é cada vez mais comum avós e pais aplicarem no mercado de ações em vez de abrir uma caderneta de poupança para os netos ou filhos", disse Rogério Betti Marques, sócio da consultoria financeira Beta Advisors, à revista Exame. "Há mais risco, mas, como os últimos anos mostraram, o potencial de retorno é maior", complementa.
Entretanto, adverte José José Guilherme Carneiro Queiroz, do escritório Queiroz e Lautenschläger, é preciso que os pais não descuidem da questão legal.
"Dar a senha do homebroker e deixar um menor de 18 anos mandar ordens de compra ou venda para uma corretora é contra a lei. É como deixá-lo dirigir um carro antes de ter idade para tirar a habilitação", diz o advogado.
Preocupada com a formação dos futuros investidores, a BM&F Bovespa lançou, em abril, em seu site, um programa de educação financeira, a Turma da Bolsa, direcionado ao público de 7 a 10 anos de idade. Com jogos interativos e fábulas, a proposta é ensinar princípios básicos do mercado de capitais, como a importância de poupar.
Além disso, desde 2006, a BM&F Bovespa promove uma competição anual entre escolas paulistas do ensino médio que simula investimentos em ações. Cada integrante do grupo que atinge a melhor rentabilidade em dois encontros ganha um prêmio de R$ 5 mil. Cerca de 8,5 mil alunos já participaram da competição.
EUA: cerca de 1,2 mi de jovens investem na bolsa
Nos Estados Unidos estima-se que 1,2 milhão de alunos americanos do ensino médio tenham ações no próprio nome, numa conta ligada à dos pais e que só os adultos podem operar, e que outro 1,3 milhão possua papéis que estão em nome dos pais - também lá é vedado aos menores de idade gerenciar o próprio dinheiro.
Os dados são da ONG Jump$tart Coalition for Personal Financial Literacy, que tem entre seus membros o banco central dos Estados Unidos.
Desde 1977, mais de 10 milhões de estudantes participaram de um jogo que simula os investimentos em ações da Foundation for Investors Education, outra ONG.
Entre as instituições preocupadas em conhecer a relação dos jovens com o mundo das finanças está o próprio Tesouro americano, que em março envolveu 76 mil alunos do ensino médio numa atividade para medir o conhecimento sobre o comportamento do mercado financeiro.
Juliana Franzon 3z1d5a
Produtora de Conteúdo e Social Media