
Estudo da Associação Brasileira de Grandes consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) indica que o Brasil pode crescer a uma média de 6,18% ao ano até 2020 se reduzir os encargos e impostos sobre o consumo de energia.
A estimativa da entidade representa um impacto de 1,2 ponto percentual, comparado à expansão anual da economia brasileira de 4,99%.
“Em vez de crescimento do PIB na casa de 5%, aríamos para 6%, o que significa superar a Índia e ocupar nos próximos anos o segundo lugar entre os Brics, atrás da China”, afirmou o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Fernando Garcia.
Garcia apresentou o estudo em evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento da Abrace descreve que, atualmente, mais da metade do custo da energia no país são impostos e encargos, montante que atingiu o recorde de R$ 17 bilhões em 2010.
As atuais tendências, segundo o estudo, apontam para um aumento de até 30% até 2020.
Garcia acredita que, se adotadas as medidas para redução do custo da energia, especialmente na indústria, o Brasil poderia ter ganhos no controle da inflação e no saldo da balança comercial.
Reflexo sobre a indústria
Segundo o estudo, as indústrias de alumínio, por exemplo, reduziram em 10% a capacidade produtiva no país nos últimos seis anos em função dos custos com a energia.
De acordo com o coordenador da Comissão de Energia da Associação Brasileira da Indústria de Alumínio (Abal), Eduardo Spalding, os custos da energia praticamente dobraram nos últimos seis anos e hoje o Brasil tem a terceira tarifa mais cara do mundo.
Conforme o presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, além de contribuir para o fechamento de empresas no país, os elevados custos da energia elétrica comprometem o emprego e a renda dos brasileiros.
Para ele, o primeiro o para a redução da tarifa é retirar a carga tributária e os encargos, que representam mais de 50% dos valores cobrados dos consumidores de energia.
“Todas essas variáveis têm uma correlação muito grande com o preço de energia”, completou Pedrosa.