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A Progress Software vem diversificando seus negócios - novidades como SOA, processamento de eventos complexos e electronic trading estão tirando espaço da tradicional plataforma de desenvolvimento OpenEdge. 3i3p2j

E nesta estratégia, o Brasil tem sido o mercado de maior crescimento no mundo.

21 de outubro de 2009 - 13:59
Brasil é menina dos olhos da Progress

A Progress Software vem diversificando seus negócios - novidades como SOA, processamento de eventos complexos e electronic trading estão tirando espaço da tradicional plataforma de desenvolvimento OpenEdge.

E nesta estratégia, o Brasil tem sido o mercado de maior crescimento no mundo.

O país cresce dois dígitos por ano mesmo em tempos de crise, quando a operação global da empresa chega a registrar resultado negativo, e representa hoje cerca de 4% do faturamento mundial, valor que o CEO Ricky Redy almeja expandir para 10% em alguns anos.

Para se ter uma ideia da importância do país para a empresa, no primeiro trimestre deste ano a receita local ficou 20% acima do previsto para o período, enquanto no balanço mundial houve recuo de 1% na comparação ano/ano.

"Hoje, mais de 60% de nossas vendas são realizadas fora dos EUA, e a América Latina vem sendo nosso motor de crescimento, com 7 a 8% de representação nos resultados mundiais. No cenário latino-americano, o Brasil se destaca, com até 60% de participação", salienta Redy, que veio a São Paulo pela primeira vez para o Progress Software Exchange Brazil 2009.

A Progress atende a uma carteira de quatro mil clientes no país, sendo cerca de 300 de grande porte, e, destes, um terço sediados no Sul.

Tentativa no Sul
Para atender a este mercado tão promissor, a empresa aposta na venda direta, nos ISVs e, desde julho, em canais. Já houve a tentativa de estabelecer regionais, como ocorreu há cerca de dois anos no Sul.

"Abrimos uma regional em Curitiba e cerca de seis meses depois, em Porto Alegre. Porém, os clientes que já detínhamos na região estavam acostumados ao atendimento direto de nossa equipe, e percebemos que seria mais efetivo manter este atendimento do que treinar equipes locais a ponto de alcançar o grau de excelência exigido pelos clientes", ressalta Luiz Cláudio Menezes, presidente da Progress Brasil. "Então, voltamos a centralizar tudo em São Paulo, e hoje nossos profissionais fazem cerca de duas visitas mensais à região", complementa.

Novas frentes
Para crescer nos novos nichos em que se inseriu, a Progress aposta, por exemplo, em verticais como a de finanças e seguros, para a qual oferece a solução Apama, ferramenta de processamento e monitoramento de eventos complexos que conta com mais de 100 corretoras clientes em todo o mundo, sendo 15 no Brasil.

A novidade nesta área, porém, é que agora a Progress trabalha na adaptação do software para oferecê-lo a outros segmentos, como os de energia e logística.

Já em SOA, outra frente de negócios da companhia, a meta é trabalhar não só a integração de aplicações, mas também de diferentes códigos e bases de dados.

"O cliente final, o usuário, precisa de algo fácil, simples, que integre tudo e o entregue uma interface completa, de alto desempenho e usabilidade máxima", ressalta Ken Wilner, VP de Tecnologia da multinacional americana.

Novos mercados
Outra ideia da Progress para breve é entrar no mercado de governo. Para isso, a companhia planeja firmar parcerias, já que não detém a expertise necessária, segundo Menezes.

"Estamos em conversação com dois ou três integradores para entrarmos nesta vertical", comenta o country manager.

Desenvolvimento - Brasil ou México?
Atualmente, metade do desenvolvimento dos softwares da Progress está concentrado na Índia. "Não é nada terceirizado: são funcionários nossos, a Progress Índia", conta o CEO da companhia.

Os outros três escritórios de desenvolvimento da empresa ficam na Europa: Bélgica, Inglaterra e Irlanda.

A multinacional tem intenção de abrir outra fábrica de software, e a América Latina está no foco, com dois concorrentes: Brasil e México. Nesta briga, porém, pode ser que os chicanos levem vantagem.

"Se estivéssemos falando de abrir a fábrica hoje, a paridade dólar/real faria com que um escritório brasileiro não fosse competitivo", explica Menezes.

Diferenciais
Quanto mais expande seus mercados, mais a Progress encontra concorrentes. Porém, segundo o CEO Ricky Redy, há diferenciais a favor da companhia. O porte mais enxuto do que muitas gigantes de software, por exemplo.

"Somos grandes o suficiente para sermos robustos e pequenos o suficiente para termos agilidade e proximidade com o cliente", ressalta ele.

Além disso, a empresa aposta na manutenção das tabelas de preços, que nunca rea impactos de variação cambial ao consumidor final. "Só faremos isso no Brasil, por exemplo, se o dólar tiver uma alta de 300%", exagera Menezes.

Aquisições
E para finalizar com chave de ouro, Redy anuncia um diferencial que pode movimentar o mercado no próximo ano: o crescimento via aquisições.

"Hoje, temos algo entre US$ 150 e US$ 180 milhões em caixa para compra de empresas. Porém, podemos chegar a US$ 500 milhões em 2010, via empréstimos. Não posso anunciar nenhum plano exato, por enquanto, mas sim, pretendemos comprar", conclui ele.

A Progress
Juntando todas as áreas de atuação, hoje cerca de 140 mil empresas de mais de 180 países utilizam soluções da Progress, incluindo 70% das companhias listadas no ranking Fortune 100.

A multinacional emprega 1,8 mil colaboradores, além de manter uma rede de 2 mil ISVs, que já desenvolveram mais de 5 mil aplicações baseadas nas tecnologias da companhia norte-americana.

* Gláucia Civa cobre o Progress Software Exchange Brazil 2009 a convite da Progress Software.