
A tabela periódica, lembram dela? Foto: Depositphotos.
BNDES e Finep anunciaram recursos na casa dos R$ 5 bilhões para apoiar projetos na área de “minerais estratégicos”, incluindo lítio, níquel, grafite e silício e as já famosas “terras raras”.
O valor inclui linhas de crédito, participação acionária em empresas e recursos não reembolsáveis, visando fomentar capacidade produtiva e pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).
O apoio vai abranger plantas em escala industrial e, também, plantas-piloto ou de demonstração, pesquisas e estudos necessários para a viabilização de novas capacidades industriais, a depender do estágio dos projetos e tecnologias envolvidas.
Com isso, a presente chamada poderá alavancar nos próximos anos investimentos em um volume de cinco a dez vezes o orçamento disponibilizado.
“Não queremos ser apenas fornecedor de recursos naturais, mas protagonista na criação de um futuro mais sustentável, em que as tecnologias resultem em uma economia mais verde e de baixo carbono, e que contribuam para uma melhor qualidade de vida das pessoas, agora e nas futuras gerações”, afirmou o presidente da Finep, Celso Pansera.
Os itens cobertos pela chamada são fundamentais para a fabricação de células de baterias, células fotovoltaicas e imãs permanentes, produtos em alta demanda e fundamentais para a indústria eletroeletrônica.
Um destaque especial merecem as chamadas “terras raras”, um grupo de 17 elementos químicos que possuem propriedades magnéticas, luminosas e eletroquímicas únicas e valiosas.
Apesar do nome, elas não são tão raras na crosta terrestre quanto outros elementos, mas estão dispersas em pequenas concentrações em diversos minerais, o que torna sua extração e purificação complexas e caras.
Hoje a produção de terras raras é dominada pela China, que controla 70% da extração e 90% da capacidade de refino, produziu 240 mil toneladas de óxido de terras raras equivalente em 2023, de acordo com o US Geological Survey.
Esse domínio fez com que os Estados Unidos e seus aliados procurassem outras fontes no mundo todo para reduzir a dependência da China, o que inclui a tão falada compra da Groenlândia, a maior ilha do mundo, lá no Pólo Norte.
O Brasil tem um grande potencial nessa área. O país tem a maior reserva e a maior produção mundial de nióbio, um metal de alta resistência que foi por um bom tempo o assunto preferido de Jair Bolsonaro, além de ser o responsável também pela quinta maior produção de lítio e terceira maior produção de silício. No tema terras raras, o Brasil estima ter a terceira maior reserva do mundo.