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Gustavo Lima juntou a experiência de seu pai e avô para abrir sua editora digital. Foto: divulgação
A Buqui, editora gaúcha de livros digitais, quer faturar R$ 1 milhão em 2013, ano no qual projeta publicar 240 títulos publicados, quase cinco vezes mais do que os 50 dos últimos cinco meses.
Com livros disponíveis para leitura em diferentes plataformas (computadores, smartphones, eReaders e tablets), a empresa converte obras para o digital e também edita novos títulos.
Neto de livreiro e filho de editor, o fundador da Buqui, Gustavo Lima, até tentou contradizer a velha máxima de que “filho de peixe, peixinho é” ao formar-se em Engenharia Mecatrônica.
Mas, depois de mais de uma década, voltou para o caminho iniciado por seus seus anteados - em outro meio, é verdade - com o lançamento da editora digital.
Lima entrou no meio de tecnologia realizando projetos de e-commerce e comunicação digital em uma loja de decoração, a ObraVip.
Em 2010, foi chamado pelo seu pai, Paulo de Almeida Lima – fundador e diretor, junto com Ivan Pinheiro Machado, da L&PM Editoras – para ajudar na implementação do projeto de venda de livros pelo site da tradicional editora porto alegrense.
Lima foi a Nova York aprender com os americanos como se vende livro online, estudou e ou as informações para a empresa do pai – o avô Mario de Almeida Lima foi dono da Livraria Lima, na Porto Alegre dos anos 70 - mas resolveu que queria abrir seu próprio negócio.
Foi então que surgiu a Buqui. Em 2011, começou como editor digital e no ano ado lançou o portal que vende as obras convertidas do impresso para a tela dos players.
“É o projeto da minha vida por conseguir dar continuidade a tradição da família. Além disso, lido com a parte técnica, que sempre gostei bastante”, explica.
Apesar de ter uma sede junto à L&PM, em Porto Alegre, a empresa que conta com oito colaboradores (entre editores, revisores e programadores), precisou conquistar mercado como qualquer iniciante. Inclusive os vizinhos de porta.
“A produção dentro da L&PM é muito grande. Para nos tornarmos parceiros, precisamos mostrar que fazíamos um material diferenciado”, conta Lima. Hoje, o foco de mercado, tanto editorial quanto de conversões, é nacional.
Entre os serviços, está o de pré-produção, produção editorial, registros legais, produção, distribuição, divulgação e pós-lançamento. A edição de um livro leva de 60 a 90 dias e o autor recebe cerca de 20% dos direitos autorais.
Além da venda no próprio site, os títulos editados pela Buqui estão a venda nas livrarias virtuais da Apple, Amazon, Livraria Cultura, Saraiva, Kobo.
Responsável pelas obras digitais de autores como Gabito Nunes, Valmor Bordin, Nei Amaral e Sebastião Squirra, a Buqui oferece a opção de livros impressos e em pequenas tiragens. Aos livros digitais, a produção adiciona vídeos e conteúdos que diz ser diferenciado.
MERCADO BOM
O mercado de livros digitais cresceu 600% no fim de 2012, com a entrada de grandes players internacionais, como Apple, Amazon e Google.
“O mercado nacional está apenas começando, mas cresceu muito nestes últimos meses com a chegada da Amazon. Vemos que a público ainda é pequeno”, explica.
Apesar de não conseguir concorrer com Apple, Amazon e Google e seus respectivos aparelhos, Lima acredita que a Buqui já é capaz de jogar de igual pra igual com os grandes e-commerces, como a Cultura que tem o Kobo.
“Já estamos buscando parcerias para fazer um leitor barato, ível para os consumidores, mas isso ainda vai demorar”, projeta.
Para o diretor, o livro digital é o caminho para uma publicação mais barata, rápida e mais ível. Os preços, geralmente ficam 30% mais baratos do que os livros de papel nas estantes. “Além disso, o digital possibilita a interação e inserção de novos elementos ao tradicional”, destaca Lima.