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A BYD abriu sua primeira fábrica no Brasil em 2015, em Campinas, no interior de São Paulo (Foto: Divulgação)
A BYD, montadora de veículos elétricos chinesa, está em fase final de negociação para a aquisição da fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia, e pretende começar a fabricação local no final de 2024.
A informação foi confirmada por Marcello Schneider, diretor institucional da BYD, em entrevista ao Brazil Journal.
“Todos os carros importados que trouxemos para o Brasil, principalmente híbridos, estão esgotados. Temos fila de espera de 90 dias para as pessoas receberem seus carros. Acreditamos em um potencial muito grande do carro híbrido e elétrico a partir do ano que vem”, explicou Schneider.
A Ford anunciou a sua saída do Brasil em 2021, quando parou imediatamente a produção nas fábricas de Camaçari, na Bahia, e Taubaté, em São Paulo. Em 2019, a montadora já havia encerrado a produção em sua fábrica localizada na paulista São Bernardo do Campo.
Em novembro do ano ado, a BYD assinou um acordo de intenções para a instalação de três fábricas da gigante chinesa na Bahia, como reportou o g1, sendo uma delas na infraestrutura utilizada anteriormente pela Ford.
Originalmente, a ideia era que as fábricas começassem a ser implantadas a partir de junho deste ano.
Segundo o portal, o governo da Bahia chegou a estudar conceder um terreno e a infraestrutura necessária para a construção de uma fábrica da BYD do zero, caso o acordo com a Ford não fosse fechado.
Nesta última semana, a diretoria das operações brasileiras da empresa viajou para a China com Jerônimo Rodrigues, governador do estado, para definir os detalhes da negociação. O grande interesse na fábrica da Ford seria por conta da arquitetura pronta que o espaço oferece, além de estar perto do porto de Aratu.
A expectativa é que a chinesa invista R$ 3 bilhões no projeto que deve criar cerca de 1,2 mil empregos em uma mega fábrica de carros elétricos, que também contemplará ônibus e caminhões com a mesma tecnologia.
Com a aquisição, a logística de produção começará no Brasil, com o processamento da matéria prima, que em seguida será enviada à China.
No país asiático, as baterias dos veículos serão produzidas e retornarão ao Brasil para montagem e finalização dos automóveis. Os carros devem custar a partir de R$ 180 mil e ultraar os R$ 500 mil nos modelos de luxo.
“Esperamos começar vendendo de 10 mil a 12 mil carros por ano, chegando a 20 mil e 25 mil carros com esse tipo de tecnologia hibrida. Também vamos continuar importando os veículos da China para o público que quer carros 100% elétricos”, projeta Schneider.
A BYD abriu sua primeira fábrica no Brasil em 2015, em Campinas, para produção de chassis de ônibus elétricos e comercialização de veículos e empilhadeiras. Em abril de 2017, inaugurou sua segunda planta no país, voltada para produção de módulos fotovoltaicos.
Para abastecer a frota de ônibus elétricos, a empresa iniciou, em 2020, a operação de sua terceira fábrica no Brasil, no Polo Industrial de Manaus, dedicada à produção de baterias de fosfato de ferro-lítio.
A companhia também é responsável por dois projetos de monotrilho no país: em Salvador, com o VLT do Subúrbio, e na cidade de São Paulo, com a Linha 17 - Ouro.
Hoje, a BYD comercializa empilhadeiras, vans, caminhões, furgões e automóveis, todos totalmente elétricos, no país.