Cai o número de cidades brasileiras atendidas por vôos regulares 1l33u

Somente 136 cidades brasileiras têm ofertas de vôos regulares – 206 a menos do que em 1948, quando 342 localidades contavam com linhas oficiais. A redução, segundo a Gazeta Mercantil da segunda-feira, 09, tem uma razão econômica: o "boom" do setor de aviação comercial aconteceu logo após a Segunda Guerra Mundial, com a compra de aviões DC-3, vendidos pelos Estados Unidos a preços muito baixos, como sobras de guerra.
09 de janeiro de 2006 - 12:03
Somente 136 cidades brasileiras têm ofertas de vôos regulares – 206 a menos do que em 1948, quando 342 localidades contavam com linhas oficiais. A redução, segundo a Gazeta Mercantil da segunda-feira, 09, tem uma razão econômica: o "boom" do setor de aviação comercial aconteceu logo após a Segunda Guerra Mundial, com a compra de aviões DC-3, vendidos pelos Estados Unidos a preços muito baixos, como sobras de guerra. Hoje, as aeronaves, bem como sua manutenção, estão mais caras.

Uma solução para o problema, ou seja, uma alavanca para que o número de vôos regulares volte a crescer, seria a aprovação, pelo Congresso, do projeto de suplementação tarifária, garante o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar), Átila Yurtsever. “Espero que ainda este ano saia a votação”, afirma. A proposta, que tramita desde 2002, prevê a destinação de uma percentagem de cada agem vendida nas linhas mais rentáveis para o financiamento de rotas de baixa densidade.

Yurtsever diz que, apesar de transportarem menos de 3%, as 10 empresas afiliadas à Abetar cobrem 60% da malha aeroviária. "Se saíssemos do mercado, só 40% das cidades com vôos regulares permaneceriam atendidas", revela o presidente, que também é diretor da Rico Linhas Aéreas, regional que atua na região Norte.

A suplementação tarifária foi extinta em 2001, depois de funcionar por quase três décadas. O subsídio iniciou nos anos 70, quando o governo aprovou algumas medidas para dar escala à Embraer. Na mesma época, o Departamento de Aviação Civil (DAC) patrocinou a divisão do País em cinco áreas regionais, divididas entre TAM (São Paulo), Rio-Sul (do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul), Votec (Centro-Oeste), Nordeste e Taba (Norte). O apoio governamental diminuiu com o ar dos anos e as cinco empresas constituídas tiveram destinos diferentes.

"Hoje, a questão é puramente econômica. Quanto menor o avião, maior o custo do assento por quilômetro. O combustível subiu muito de preço e fica difícil competir com empresas com aeronaves maiores. Ficou inviável operar em cidades menores", sentencia Yutsever.