
Representantes da Camera e da Unisinos assinam acordo. Foto: Unisinos.
A Unisinos assinou um termo de cooperação com a Camera, um dos maiores grupos do agronegócio do Sul do Brasil, com faturamento na casa dos R$ 3 bilhões.
O acordo envolve projetos de pesquisa e desenvolvimento a serem realizados dentro do Instituto Tecnológico Nutrifor da universidade, com a possibilidade da companhia vir a instalar o seu próprio centro de P&D no Tecnosinos, em São Leopoldo.
Com o acordo, a Camera pode ser a primeira âncora de uma nova área para o Tecnosinos, que já tem presença forte na área de TI, com empresas como SAP, Meta e HCL e se prepara para inaugurar uma fábrica de chips da HT Micron em março de 2014.
A chamada nutracêutica combina conhecimentos da nutrição e farmacêutica de forma a produzir alimentos com propriedades benéficas para a saúde, como a linha de iogurtes Essence da Piá, outra empresa que usa a infraestrutura do Nutrifor.
Outra área são as commodities tecnológicas, substâncias utilizadas na fabricação de alimentos, como proteínas, gorduras e estabilizantes. O Brasil é um exportador de sustâncias em bruto, mas ainda importa esse tipo de produto.
Os primeiros os da Unisinos nessa área foram em 2010, com a obtenção de recursos da ordem de R$ 22 milhões, usados na construção do prédio que hoje abriga o Nutrifor e na compra de equipamentos.
“É a infra-estrutura mais atualizada da América Latina nessa área”, aponta a diretora do Tecnosinos, Susana Kakuta. “O Rio Grande do Sul tem feito um esforço grande no sentido de reposicionar o agronegócio e o Nutrifor pode contribuir muito”, completa a executiva.
O centro abriga hoje cerca de uma dezena de pesquisadores das áreas de Nutrição, Química e Farmácia. A Unisinos já criou o primeiro curso de mestrado da Nutrição nas quais as pesquisas serão direcionadas para essa área.
A Unisinos já tem R$ 4,5 milhões de recursos do Finep, governo do Rio Grande do Sul e contrapartidas próprias para construir um novo prédio destinado a abrigar departamentos de P&D de empresas da área.
A Camera tem estruturas de produção de biodiesel, processamento de soja, canola e girassol, originação de grãos e varejo de insumos agrícolas, tornando-se uma das principais processadoras de soja e produtoras de biodiesel de capital nacional do Brasil.
De acordo com Suzana, com a eventual vinda do departamento de P&D da companhia para o Tecnosinos, o parque aria a ser uma locação atrativa para outras empresas “sistemistas”, repetindo a lógica do que acontece em outros segmentos da economia.
Um cenário apetitoso para o parque, sem dúvida.