
Murilo Ferreira
Os controladores da Vale escolheram o executivo Murilo Ferreira como o próximo presidente da companhia nesta segunda-feira, 04.
O executivo substituirá Roger Agnelli a partir do próximo dia 22 de maio, de acordo com um comunicado da Vale.
Ferreira trabalhou na Vale duas vezes. Na última, de 1998 até 2009, quando presidia a Vale Inco no Canadá, de onde saiu após uma prolongada greve que teria lhe causado problemas de saúde.
Segundo fontes que acompanham o processo ouvidas pelo Estadão, Ferreira era o candidato da presidente Dilma Rousseff.
O relacionamento entre os dois vem da época que Dilma era ministra das Minas e Energia e Ferreira presidente da fabricante de alumínio Albrás, uma grande consumidora de energia.
O nome do novo presidente foi uma surpresa. O favorito do mercado era Tito Martins, diretor executivo e atual presidente da Inco, que encerrou as greves enfrentadas por Ferreira.
A saída de Agnelli e a entrada de Ferreira acontecem em contexto de pressão do governo por mudanças na política de investimentos da Vale, que tem um orçamento de US$ 24 bilhões para gastar em 2011.
O foco de Agnelli – que multiplicou o lucro da empresa dez vezes entre 2001 e 2010, ano em que a vale atingiu R$ 30 bilhões – era a internacionalização do negócio.
Brasília quer que a empresa invista em siderurgia e participe na construção de hidrelétrica e obras de infraestrutura.
"A Vale precisa contribuir mais fortemente com os interesses do País", disse nesta segunda, 04, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Embora a Vale tenha sido privatizada em 1997, o governo exerce influência na companhia por meio BNDES e de fundos de pensão liderados pela Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, que respondem por cerca de 60% das ações.
O restante esta nas mãos da Bradespar (empresa de participações ligada ao Bradesco) e da trading japonesa Mitsui.