
Em janeiro deve começar a operar a mais nova empresa municipal de processamento de dados da Região Metropolitana gaúcha, a Canoas TEC.
Aprovada no final do mês ado pela câmara de vereadores do município a nove quilômetros de Porto Alegre, a entidade larga com um orçamento de R$ 1 milhão e foco no talento operacional.
“A ideia é ter um pouco mais de flexibilidade do que se tem hoje na prefeitura. Teremos gente concursada, como CLT, e salários mais competitivos”, revela Daniel Scherer, diretor de Informática da prefeitura, que desenvolveu, nos últimos seis meses, o projeto.
Agora, a espera é pela do prefeito criando a entidade e da regularização da empresa, criação de CNPJ e outros detalhes istrativos.
Em fevereiro, o primeiro concurso público para a Canoas TEC deve ser realizado.
Como funciona a empresa
No desenho atual, a fundação terá 68 cargos. Os colaboradores estarão divididos em superintendências: de produção e de aplicativos.
A primeira cuida da infraestrutura de servidores, data center, e infraestrutura para manter as aplicações da prefeitura no ar, o que compreende a parte de telecomunicações do município, além de helpdesk e manutenção dos rádios usados na rede atual.
Já a segunda superintendência responderá pelos projetos e processos, além da parte de segurança.
De acordo com Scherer, os superintendentes e diretores deverão ter formação superior e, no mínimo, 10 anos de experiência na área.
“Os outros cargos seguem um padrão similar, de acordo com a importância”, finaliza Scherer.
Gerida por um conselho de istração que aterá participação ativa da prefeitura, fonte dos orçamentos da Canoas TEC, a empresa será responsável pela assessoria técnica de tudo o que toca em TIC no município de Canoas.
Tudo será ligado diretamente ao prefeito, sem ar por secretarias.
Rede é prioridade
Um dos primeiros projetos será o desenvolvimento de um anel ótico para a cidade, garantindo melhor a redundância e estabilidade dos serviços dentro da rede.
“Hoje eu tenho uma infovia baseada em rádios e pouca fibra. No ano que vem já queremos ter um anel de fibra ótica”, destaca Scherer.
Por trás do cabeamento está o projeto de qualificar a infraestrutura e os serviços na cidade, colocando online todos os postos de saúde e a rede municipal de ensino, revela o consultor.
“Eu tenho uma prioridade muito grande em rádio e fibra”, diz Scherer.
Outro projeto já em andamento é a virtualização dos processos municipais, deixando o papel impresso por documentos digitais, o que deve acelerar rotinas dentro da prefeitura.
Canoas merece
Município com 324 mil habitantes e PIB per capita anual de R$ 38 mil, Canoas entra num grupo seleto no Brasil, o dos municípios com companhias de processamento de dados.
Na Associação Brasileira das Entidades Municipais de Tecnologia da Informação e Comunicação (Abemtic) são apenas 11 cidades com iniciativas similares – dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Piauí, Pará, Goiás, Espírito Santo, Bahia e Amazonas.
Alguns dos associados são, inclusive, menores que Canoas, como Cachoeiro de Itapemirim (ES), com 190 mil habitantes e PIB per capita de R$ 11,3 mil.
“Estávamos precisando de uma entidade focada na área de tecnologia para o município”, completa Scherer.
Ex-diretor de sistemas da GetNet, de Campo Bom, de onde saiu em janeiro após cinco anos de trabalho, Scherer está há oito meses na prefeitura de Canoas e é formado em Análise de Sistemas pela Unisinos.
Ele também foi sócio gerente da Harpia.