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No dia 25 de dezembro de 2009, pela primeira vez a venda de livros digitais superou a de exemplares de papel na Amazon, empresa norte-americana de e-commerce que dispõe de mais de 390 mil títulos de e-books.

Ainda de acordo com o relatório da Amazon, que não entrega números exatos, no natal do ano ado o Kindle - leitor de livros e outras mídias digitais - tornou-se o presente mais popular da história da companhia.
20 de janeiro de 2010 - 17:17
Casa Leiria: chegou a vez do livro digital
No dia 25 de dezembro de 2009, pela primeira vez a venda de livros digitais superou a de exemplares de papel na Amazon, empresa norte-americana de e-commerce que dispõe de mais de 390 mil títulos de e-books.

Ainda de acordo com o relatório da Amazon, que não entrega números exatos, no natal do ano ado o Kindle - leitor de livros e outras mídias digitais - tornou-se o presente mais popular da história da companhia.

A opinião de Cristina Leiria, que comanda a editora digital Casa Leiria, explica um pouco a expansão do setor de e-books.

“Embora a impressão seja cara e antiecológica, há fatores como textura e manuseio, com os quais o livro eletrônico não concorre. Mas há recursos instigantes no formato digital, como busca por palavras, links, filmes, interatividade, portabilidade e recursos de voz”, analisa ela.

Estabelecida em São Leopoldo, a Casa Leiria publica livros, periódicos e material didático exclusivamente em formato digital. Os serviços incluem revisões adicionais, programação visual (diagramação, paginação, capa), editoração com os identificadores internacionais para publicações – ISBN (International Standard Book Number) ou ISSN (International Standard Serial Number) -  ficha catalográfica e geração de exemplares em cd’s ou dvd’s.

Além disso, a editora ainda atua na divulgação e distribuição das obras, tanto em seu próprio site quanto em livrarias como Cultura, Cultural e Nobel.

“Na verdade nosso trabalho é um facilitador para os autores publicarem, divulgarem e distribuirem seus livros para um público mais amplo”, argumenta a empreendedora.

Os serviços de elaboração de um livro digital na Casa Leiria têm custo aproximado de R$ 1800, valor que pode variar em função de fatores como número de páginas e recursos utilizados. Já a produção da mídia, feita sob demanda, sai em torno de R$ 10 a unidade.

Cristina explica que cada publicação é desenvolvida como um aplicativo, de acordo com as preferências e aspirações de cada autor. “O mercado de livros eletrônicos ainda está muito relacionado com o formato PDF. O nosso diferencial está justamente na customização de cada obra publicada”, defende.

A Casa Leiria, nasceu em 2008 como um projeto para aproveitar os recursos humanos e materiais que estavam ociosos na Guarita Digital, empresa de consultoria e serviços de informática da qual Cristina é uma das fundadoras.

Os investimentos para criação da empresa, que é composta por uma equipe de três funcionários, consistiram basicamente na aquisição de softwares e mão de obra, incluindo treinamento específico de editoração eletrônica. De acordo com a empresária, o faturamento inicial foi pequeno.

“Em 2008 publicamos apenas três livros, foi o momento de implantação do projeto, criação de linha de montagem e desenvolvimento dos aplicativos necessários”, enfatiza.

Já em 2009, a editora conquistou clientes como Unisinos – Universidade do Vale do Sinos e UCS – Universidade de Caxias do Sul, e contabilizou 14 publicações, entre livros, baseados em dissertações e teses de seus autores, e periódicos, que consistem em anais de eventos.

“Os periódicos possuem uma grande importância na divulgação do nosso trabalho, pois são vários autores lançando um olhar crítico sobre a forma como o texto dele foi inserido no material. Já tivemos eventos que resultaram na compilação e indexação de cerca de 600 artigos, envolvendo quase 700 autores”, Cristina analisa.

Com aposta na propaganda “boca a boca”, a meta da Casa Leiria para 2010 é investir nas redes sociais, manter os clientes de periódicos conquistados em 2009, e difundir a implementação nos e-books de ferramentas destinadas a facilitar a leitura para pessoas cegas.

A pesquisa da metodologia destinada aos portadores de deficiência visual, que consiste em tecnologias como reconhecimento e sintetizadores de voz, inclusive resultou no livro eletrônico “Uma Outra História da Leitura”, de autoria da própria Cristina.

“A agem do papel para a mídia digital permite a abertura de novos caminhos, como a utilização de recursos de áudio e vídeo, para atingir um público mais amplo”, a empresária conclui.