
André Gerdau Johannpeter.
O choque de gestão imposto na Gerdau nos últimos anos, incluindo cortes de profissionais e modificações na área de TI, parece ter dado resultado.
A companhia divulgou seus resultados do segundo trimestre,incluindo um lucro líquido reportado de R$ 184 milhões no período, 13 vezes mais do que o obtido no mesmo período do ano ado, quando o valor ficou em R$ 14 milhões. A alta bateu as previsões dos analistas da XP em 15,7%.
A receita líquida atingiu R$ 10,2 bilhões entre abril e junho, avanço de 2% em relação ao trimestre anterior.
André Gerdau Johannpeter, diretor-presidente da companhia, comentou que as mudanças aram por "modernizar a cultura da empresa", diminuindo a centralização e renovando as lideranças, durante conferência nesta quarta-feira, 10.
A modernização da cultura da empresa incluiu um dia dedicado ao método de trabalho Agile para todos os segmentos da empresa, ainda em abril.
Aberto pelo próprio Johannpeter, o programa incluiu palestras de especialistas da sistemática, usada principalmente em desenvolvimento de software, incluindo Eduardo Peres, da DBServer e Rafael Prikladnicki, do Tecnopuc.
Parte das melhorias se devem ao incremento do cenário econômico geral e a demanda dos produtos da Gerdau. A capacidade operacional da companhia, que era 65% entre janeiro e março, atingiu o índice de 75% no segundo trimestre.
TI SOFREU O IMPACTO
Os maus resultados da Gerdau nos últimos meses tiveram um forte impacto na área de TI, sobre o qual os leitores do Baguete formam informados com exclusividade.
Uma das últimas movimentações foi o fim das atividades da área de Inovação e Gestão, baseada na sede da empresa, em Porto Alegre.
Com a movimentação, saiu da empresa Leonardo Comparsi de Oliveira, líder do setor de Inovação e Gestão.
Em dezembro do ano ado, foi a vez de sair José Antônio Leal, gerente geral de TI da Gerdau no Brasil. Leal era outro executivo de carreira da Gerdau, empresa na qual começou ainda em 1986, como desenvolvedor de aplicações.
O fechamento dos departamentos não está acontecendo no vácuo. Desde o final de 2014, em resposta a crise econômica, a Gerdau vem cortando pessoal nas áreas de tecnologia.
Segundo a reportagem do Baguete pode averiguar, foram três ondas de cortes, sendo a última em maio desse ano, totalizando 140 profissionais.
Procurada, a Gerdau confirmou a existência de cortes em cada uma das ocasiões, mas sem nunca revelar números totais ou o tamanho anterior do time, que, pelas averiguações do Baguete, girava em torno de 200 pessoas.
Segundo o Baguete pode averiguar, os cortes se concentraram em perfis técnicos, principalmente analistas com muitos anos de casa e salários acima da média de mercado.
Na opinião de fontes ouvidas pelo Baguete, a nova onda de cortes sinaliza que a companhia não deve fazer grandes investimentos em TI no curto prazo.
O projeto Template de expansão do sistema de gestão da SAP, uma das maiores iniciativas já levadas a cabo na siderúrgica, foi concluído. A Stefanini tem o contrato de manutenção do sistema.
A nova fase da TI da companhia é ressaltada pela decisão, em março, de unir as diretorias de Suprimentos e TI sob o comando de Cláudia Piunti, diretora de Suprimentos da Gerdau.
Segundo a reportagem pode averiguar, Cláudia tem a reputação de ser uma negociadora dura, o que pode ser uma característica valiosa num momento em que a prioridade na Gerdau parece ser cortar custos.