
Cielo é uma gigante em processamento de pagamentos. Foto: Divulgação.
A Cielo escolheu a AWS como “sua principal provedora de serviços de nuvem”.
A decisão foi divulgada em uma nota da AWS para a imprensa, sem maiores detalhes do que isso significa, ou qual é a duração do contrato.
A única informação mais prática é que a Cielo começou a migrar 900 servidores para a nuvem da AWS, o que de repente não é tanta coisa assim, falando da maior empresa de processamento de pagamentos do país.
Outra dado mais concreto é que 200 colaboradores da Cielo receberão treinamento da AWS em temas como arquitetura, desenvolvimento e dados.
“A AWS não só permitirá que a Cielo aperfeiçoe seu atendimento no universo da adquirência, como também vai potencializar a oferta de uma quantidade maior de serviços de valor agregado”, afirma Júlio Gomes, vice-presidente de Experiência do Cliente da Cielo.
A Cielo já fez algumas experiências com a AWS no ano ado, como um projeto focado em viabilizar que beneficiários do auxílio-emergencial realizassem pagamentos por meio do app da Caixa Econômica Federal.
Em outra frente, novas funcionalidades para os aplicativos da Cielo aram a ficar prontas em uma semana com a utilização das ferramentas da AWS, ante um mês quando o desenvolvimento ocorria on premises.
Seja qual for o tamanho do contrato na prática, o Cielo é mais um grande nome do setor financeiro divulgado pela AWS.
Em maio, a C6, fintech fundada por ex-sócios do BTG Pactual, contratou a AWS como seu provedor de nuvem preferencial em um acordo de longo prazo.
A AWS também fechou contratos com o Digio, plataforma criada pelo Bradesco e pelo Banco do Brasil, e o Fibra, focado em grandes e médias empresas dos setores de agronegócio e corporativo.
A maioria dos nomes é de operações do tipo fintech ou com infraestruturas médias.
Com o Cielo, a AWS mostra que também está conseguindo entrar em organizações de porte muito maior.
A origem da Cielo é a Visanet, empresa fundada em 1995 por grandes bancos brasileiros, que, junto com a Redecard (hoje Rede), foi na prática um duopólio até 2009, quando acabou a exclusividade que as empresas tinham com Visa e Mastercard,respectivamente.
É uma empresa que joga na mesma divisão do Itaú, que é provavelmente o maior cliente da AWS e um dos maiores contratos de computação em nuvem já fechados no país.
O Itaú fechou um contrato de 10 anos com a AWS em 2020, com objetivo de migrar 50% da infraestrutura do banco para a nuvem até o fim de 2022.
O banco vai migrar suas principais plataformas bancárias, soluções de call center, aplicativos bancários on-line e móveis para a AWS.
O projeto inclui tecnologias de analytics, machine learning, serverless, contêineres, banco de dados gerenciado, processamento, armazenamento e segurança.