
Rodrigo Galvão é vice-presidente senior de Tecnologia da Oracle América Latina.
Hoje a sustentabilidade é um tema primordial na agenda de todas as empresas que buscam atender diversos requisitos e políticas com base nos efeitos das mudanças climáticas e na redução do impacto ambiental dos seus negócios.
Embora as práticas de sustentabilidade já estão em curso, como uso de materiais recicláveis, tornam-se ainda mais eficientes em termos de energia e engajamento dos funcionários com o assunto. Esses esforços por si só não são suficientes para eliminar o desperdício e chegar ao nível zero de danos ao ecossistema, por exemplo.
Uma pesquisa recente da Deloitte descobriu que mais de um terço das organizações implementaram apenas uma em cada cinco ações sustentáveis. Para começar a se mover rapidamente, os executivos de TI podem acelerar esse processo reduzindo o impacto ambiental de sua área, facilitando a economia circular, bem como liderando e amplificando os esforços com foco na medição ambiental, social e de governança dentro do já famoso ESG.
A pressão por cumprir os requisitos vem por todos os lados e, quanto mais transparentes as ações, melhor. Seguir as regras de divulgação da gestão de riscos relacionados ao clima, emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa e eventualmente relatórios sobre emissões causadas pelas cadeias de valor é exigido.
Com isso, há uma crescente necessidade de apoio da tecnologia. Para atender aos requisitos e demandas de relatórios de sustentabilidade de clientes, funcionários e conselhos, os executivos estão intensificando como criar práticas de TI mais sustentáveis e continua sendo um desafio. O olhar está voltado para as referências para medições de ESG e para a definição de programas de transformação digital com processos e treinamento para líderes de tecnologia.
Soluções em nuvem ajudam a reduzir o impacto ambiental da TI
A infraestrutura local geralmente requer grandes quantidades de consumo de energia e materiais físicos adicionais. Por outro lado, dados da IDC, por exemplo, revelam que 1 bilhão de toneladas de carbono podem ser impedidas de entrar na atmosfera com o uso da computação em nuvem nos próximos anos. Os líderes de TI podem ajudar a reduzir a pegada de carbono de sua infraestrutura simplesmente mudando para sistemas em nuvem, que auxiliam na redução das emissões de gases de efeito estufa pela eficiência comparada com datacenters locais. Existem ganhos com taxas de utilização mais altas, meios avançados de resfriamento que geralmente são alimentadas por energia renovável.
A nuvem também pode promover uma economia mais circular por contribuir para uma cadeia de suprimentos ecologicamente otimizada, eliminando a necessidade de adquirir e possuir fisicamente um hardware. À medida em que as organizações transitam para a nuvem também devem levar em conta o impacto que o hardware “aposentado” tem no ambiente. Para resolver isso, os profissionais de TI podem recorrer a fornecedores com serviços e programas de devolução para descarte e reciclagem dos excedentes sem uso de maneira ambientalmente responsável.
Executivos de TI podem acelerar a sustentabilidade com análises
Mais transparência e melhores dados de emissões não se trata apenas de atender aos requisitos de relatórios – também é um componente essencial para atingir o zero líquido. Os executivos de TI podem ajudar a acelerar o progresso em direção a zero líquido, liderando esforços para medir o desempenho ESG. Hoje com a dificuldade em medir o impacto ambiental, a tecnologia pode apoiar e muito a coleta de dados e relatórios relacionados ao assunto conectando as principais operações de negócios com serviços em nuvem, incluindo plataformas de análise integradas e recursos de IoT, Inteligência Artificial e Machine Learning.
Além disso, a infraestrutura de nuvem pode gerar valor e reduzir o impacto ambiental com data centers eficientes em termos do uso de energia renovável e que são projetados, construídos, implantados e reciclados com máximo de economia e menos desperdício ajudando a chegar à marca de zero carbono.
Esse é o caminho para colocarmos a tecnologia em um patamar mais “verde”.
* Rodrigo Galvão é vice-presidente senior de Tecnologia, Oracle América Latina.