
Um comunicado interno divulgado aos funcionários do Yahoo, mas que vazou à imprensa, sugere que a companhia analisa propostas de compradores.
O texto, que tinha como objetivo acalmar os ânimos após a demissão da presidente, Carol Bartz, afirma que os conselheiros do Yahoo (a empresa Allen & Company) “trabalham com a companhia no desenvolvimento de ideias a serem seguidas” e “estão respondendo a questões de várias partes que já expressaram interesse em um número de opções em potencial”.
A mensagem não estipula prazos, afirmando que a empresa irá tomar o tempo que for necessário para “selecionar e estruturar o melhor caminho” tanto para a própria corporação quanto para “acionistas e empregados”.
O texto é assinado pelos co-fudandores do Yahoo Jerry Yang e David Filo, além do presidente do conselho, Roy Bostock.
Em seguida ao envio deste e-mail aos colaboradores do Yahoo!, o presidente interino da empresa, Tim Morse, enviou uma carta à equipe.
Ele afirma que “embora o conselho de istração esteja lidando com todas as opções, inclusive de compra, a direção está com a missão de seguir em frente com as atividades da empresa”.
Na onda da possível venda do Yahoo, alguns boatos sobre possíveis compradores já surgiram.
O Wall Street Journal, por exemplo, chegou a publicar uma matéria afirmando que executivos da firma de private-equity Silver Lake teriam procurado a companhia para debater uma negociação.
O jornal cita uma “fonte próxima ao assunto” e destaca que o Yahoo!, por sua vez, ainda não acertou um encontro com os investidores.
No Brasil, vai bem
Apesar de todo o barulho nos EUA, a subsidiária da empresa no Brasil vai bem.
É o que garante André Izay, diretor-geral do Yahoo Brasil. Segundo ele, quatro em cada cinco usuários de internet do país am conteúdos do portal.
Em entrevista ao Valor Econômico, o diretor destacou que, em audiência, o Yahoo Brasil registrou crescimento de 35% no acumulado de 12 meses até julho último, enquanto a audiência da própria internet no Brasil no mesmo período se expandiu 17%.
Em receita com publicidade digital, o Yahoo Brasil teve alta de 16% no primeiro semestre deste ano, conforme dados do Projeto Inter-Meios.
A empresa não divulga dados de receita por país, mas Izay afirma que a operação local representa pouco mais de 50% do faturamento da corporação em toda a América Latina.
Além disso, segundo o executivo o Brasil tem contribuído para reduzir as perdas globais da companhia.
Como “perdas globais”, leia-se, por exemplo, a queda na receita geral de 23,6%, chegando a US$ 2,44 bilhões, no primeiro semestre deste ano.
O lucro líquido também caiu no período: foram US$ 463,33 milhões, 12,3% a menos do que um ano atrás.
Por quê?
Conforme Izay, a unidade brasileira – que emprega 160 pessoas – vai bem por diversos motivos.
Um deles é que, em 2009, o Yahoo decidiu adotar um único conjunto de softwares para seus sites em todo o mundo, substituindo aproximadamente 15 plataformas diferentes adotadas nas subsidiárias até então.
A padronização dos softwares, segundo Izay, contribuiu para reduzir custos da operação no Brasil.
Associada a essa padronização de sistemas, a subsidiária desenvolveu conteúdos locais.
Conforme o diretor, isso ampliou a audiência e a receita com publicidade digital no país.
O Yahoo Brasil também lançou um conjunto de sites nos segmentos de notícias, entretenimento, celebridades, esportes, cinema, conteúdos para mulheres, entre outros.
A formação de parcerias locais, como as firmadas com operadoras de telefonia móvel para uso do serviço de buscas do Yahoo em celulares, também tem reforçado a operação nacional.
As parcerias com Claro, Vivo e TIM, por exemplo, já ampliaram o universo do Yahoo em 10,3 milhões de usuários, informa o Valor Online.