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Carlos Augusto Carneiro. Foto: divulgação.
O Criatec 2, programa federal de fomento à inovação encabeçado pelo BNDES e bancos regionais de investimento, quer encerrar 2015 com 50% de sua meta cumprida em termos de empresas aportadas.
Para o banco nacional de desenvolvimento, o plano é fechar o ano com 18 startups aportadas. Com previsão de ser concluído até o final de 2017, o programa reará recursos de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões para 36 empresas em todo o país.
Segundo explica Carlos Augusto Carneiro, Gerente de Portfólio de Venture Capital e Private Equity do BNDES, 10 empresas já tiveram seus aportes finalizados, agora entrando na fase de aceleração com os investimentos.
"Outras cinco também já tiveram seus investimentos aprovados e estão em fase final de processamento para recerber os recursos", completa o executivo.
Em evento realizado no Badesul nesta quinta-feira, 26, foram apresentados as três primeiras empresas da região sul - uma das seis regiões que compõem o mapa do Criatec 2 - a receber investimentos: as portoalegrenses Cliever e EZ Commerce e a pelotense Yller.
Lançado em dezembro de 2013, o Criatec 2 somou investimentos de R$ 186 milhões — R$ 123,7 milhões da BNDESPAR, R$ 30 milhões do BNB, R$ 10 milhões do BDMG, R$ 10 milhões do Banco de Brasília (BRB), R$ 10 milhões do Banco de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Badesul) e R$ 2,3 milhões da gestora do Fundo, a Bozano Investimentos.
Para Carneiro, o fundo e seus cotistas estão em constante diálogo com as empresas e avaliando propostas em busca de investimentos. Segundo ele, a partir de 2016 o ritmo de aprovaçoes de aportes deve se intensificar em decorrência do trabalho já realizado nos últimos dois anos.
"Estamos trabalhando dentro do tempo previsto pelo programa, avaliando com calma o destino dos aportes", afirmou Carneiro, sem dar mais detalhes sobre como o BNDES vai encaminhar este plano.
Entretanto, segundo divulgado pelo próprio banco nacional de investimentos em edital no ano ado, o Criatec 3 também deve ser iniciado. Em outubro deste ano, a Inseed Investimentos foi definida como a gestora do empreendimento.
O Criatec, que tem um patrimônio comprometido de cerca de R$ 200 milhões e duração de dez anos, atenderá iniciativas nos setores de TIC, Biotecnologia, Novos Materiais, Nanotecnologia e Agronegócios. As propostas devem ser encaminhadas até o dia 29 de outubro de 2014.
De acordo com Carneiro, a chegada do novo fundo não afetará o Criatec 2, já que ambos operam em regiões e áreas de atuação complementares.
"Além disso, a condução do Criatec 3 poderá ser diferenciada com a abertura para investidores privados, onde empresas poderão fazer investimentos por suas divisões de Venture Capital.
Para as startups, as movimentações do BNDES e suas parceiras via Criatec são uma luz em meio a um cenário nebuloso para quem busca investimentos para seus novos empreendimentos.
Um exemplo desse cenário complicado é o atual estado do Start-Up Brasil, programa federal criado em 2013. Nos dois primeiros anos, a iniciativa acelerou mais de 180 empresas em quatro turmas.
Atualmente, o programa está com seu futuro indefinido. Desde seu início em 2013, o programa anunciava dois editais de seleção de startups por ano (um por semestre). Em 2015 ainda se espera o lançamento do primeiro edital - e a essa altura do campeonato, parece que não vai chegar.
A coordenação do programa, conduzido pela Softex, refutou a possibilidade de cortes orçamentários no programa, alegando que os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) já estão alocados no CNpQ, entidade responsável pela liberação dos investimentos, que vão de R$ 20 mil a R$ 200 mil por startup a fundo perdido.