
Lembra do ditado: “de grão em grão...”? Pois de tweet em tweet dois sócios catarinenses querem encher os bolsos – próprios e de tuiteiros.
Bruno Bertolini, 22 anos, e Ricardo Delcastanher, 29, criaram no ano ado a startup TwittePaga, um sistema de remuneração por envio de mensagens via microblog. Ativo desde agosto de 2010 e divulgado só no tweet a tweet, o serviço conta hoje com 5,5 mil usuários.
A meta para 2011 é crescer seis vezes em total de cadastrados.
Dentro da ferramenta, os cadastrados ganham dinheiro de acordo com a sua relevância, calculada a partir de informações extraídas do Twiter.
“Nós queríamos fazer algo parecido com o SponsoredTweets no Brasil”, explica Bertolini.
Pelo SponsoredTweet, criado nos Estados Unidos, anunciantes entram em contato com usuários e decidem se querem ou não ter suas mensagens enviadas por eles.
Como é de se esperar, tuiteiros menos populares talvez fiquem de fora das promoções.
Já Bertolini e Descastanher tentaram democratizar o sistema.
“Queríamos algo que desse a oportunidade de qualquer pessoa monetizar sua conta do Twitter, mesmo tendo poucos seguidores”, diz Bertolini.
Como se ganha dinheiro
No TwittePaga, pesa na remuneração dos usuários o “bel”.
É o número dessa unidade de medida que determina quanto o usuário ganhará. Segundo o sócio da startup, o bel de cada cadastrado é calculado com base em informações extraídas do Twitter que indicam a relevância do usuário.
O cálculo leva em consideração alguns dados como followers, tweets, RTs, followings, tempo de conta no twitter, replies e também os clicks das campanhas que o usuário já participou.
“Quanto maior a relevância de um usuário, maior o bel”, explica Bertolini, sem revelar o que pesa mais na composição do bel.
De tweet em tweet até R$ 30
Para anunciar, as empresas entram em contato com a TweetPaga por e-mail, definindo o texto dos tweets, um link, o orçamento da campanha e o valor por bel.
A TwittePaga gerencia o pagamento aos tuiteiros, levando em consideração o "valor bel" de cada usuário.
Os tweets usam o encurtador criado exclusivamente para isso: twpg.me.
Segundo Bertolini, isso garante as estatísticas, com maior controle sobre os cliques vindos do TwittePaga.
“O anunciante acompanha o andamento da campanha através de relatórios”, completa Bertolini.
Já quem tuíta, deve autorizar o o do TwittePaga à sua conta no microblog para receber DMs com link para as campanhas. No site, ele vê o texto e o valor que vai receber e decide se participa ou não.
No cadastro da reportagem do Baguete, por exemplo, os valores pagos por mensagem foram de R$ 0,01 a R$ 0,20.
“Quando o usuário acumular R$ 30, recebe o pagamento via PayPal ou PagSeguro”, conta o empreendedor.
Crescer seis vezes em 2011
Hoje, o TwittePaga tem mais de 5,5 mil usuários ativos, alguns deles com ganhos suficientes para sacar o dinheiro. Bertolini não abre as projeção de faturamento com a ferramenta, e se mostra cauteloso ao comentar o futuro da startup.
“O sistema tem sido muito bem aceito, principalmente, pelos anunciantes, que têm um retorno satisfatório. Porém ainda é cedo para ter certeza de algo. Dificilmente um modelo de negócios relacionado a tecnologia não sofre nenhuma mudanças ao longo de sua caminhada”, explica.
A expectativa é de terminar o ano com cerca de 30 mil usuários e, no mínimo, uma campanha por dia.