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Kong Yang, gerente técnico da SolarWinds. Foto: Divulgação.
Por Kong Yang*
A TI híbrida, um ambiente que consiste em serviços locais e na nuvem, é o novo padrão para a maioria das organizações de TI. De fato, de acordo com uma recente pesquisa entre profissionais de TI, apenas 15% das organizações brasileiras não migraram nenhuma infraestrutura para a nuvem, embora 64% delas afirme ser improvável que toda a infraestrutura de sua organização chegue a ser migrada para a nuvem. Dessa forma, para organizações com considerações de custos e segurança (ou seja, a maioria delas), estratégias de TI híbrida terão continuidade no futuro.
Apesar dessa mudança que abrange todo o setor, empresas de todos os portes ainda enfrentam os desafios de conseguir implementar e sustentar um ecossistema eficaz de TI híbrida. No entanto, incorporar os princípios essenciais de uma cultura de DevOps em praticamente qualquer ambiente pode permitir que as organizações melhorem e compreendam a agilidade e a eficiência daquelas que priorizam a nuvem.
É bastante útil arraigar os princípios de DevOps à cultura corporativa na era da TI híbrida, visto que o gerenciamento de mudanças e a rápida alternância de tarefas estão se tornando cada vez mais comuns.
Para começar, é importante diferenciar o DevOps da TI híbrida. DevOps é um processo e uma cultura associada a organizações nativas da nuvem, especialmente aquelas que se dedicam ao desenvolvimento de aplicativos de software. Ele permite que as organizações aproveitem benefícios como softwares de mais alta qualidade, além de melhor desempenho, agilidade, capacidade de resposta e escalabilidade.
A TI híbrida é simplesmente outro método de fornecer serviços de TI a usuários finais. No entanto, ela se alinha perfeitamente aos pressupostos essenciais do DevOps de maior colaboração, integração contínua e entrega de serviços – tudo com maior foco na qualidade para o usuário final.
Uma das maiores vantagens que a abordagem de DevOps oferece às organizações está vinculada à natureza flexível da TI híbrida. A possibilidade de escolha entre utilizar os serviços locais ou na nuvem permite que os profissionais de TI considerem as necessidades de recursos, segurança e desempenho, entre outras, de cada carga de trabalho antes de decidir onde ela deve residir.
Essa liberdade também permite que as organizações implantem e provisionem a infraestrutura rapidamente, o que é pré-requisito para dois dos principais benefícios da nuvem: agilidade e escalabilidade.
No entanto, o maior obstáculo no gerenciamento da TI híbrida é que a introdução de serviços na nuvem também cria um cenário mais complicado de gerenciamento de mudanças, visto que os serviços na nuvem, como aplicativos SaaS, podem mudar em um piscar de olhos.
As organizações de TI também enfrentam o desafio de gerenciar a integração de serviços na nuvem fornecidos por meio de um provedor de serviços de nuvem, bem como de garantir uma qualidade de serviço (QoS) aceitável para atender às necessidades de desempenho da empresa para qualquer serviço específico.
Ao aplicarem uma cultura de DevOps, como monitoramento contínuo, orientação ao desempenho e colaboração, os profissionais de TI podem reduzir o risco associado à alta frequência de mudanças.
Em última análise, o maior benefício de se aplicar uma mentalidade de DevOps a um ambiente de TI híbrido é permitir que a equipe de TI forneça, provisione e gerencie as necessidades de negócios com maior rapidez e controle de qualidade para o usuário final.
Para aproveitar os princípios básicos de uma mentalidade e abordagem de DevOps em um ambiente de TI híbrido, os profissionais de TI devem levar em consideração as seguintes práticas recomendadas:
1. Foco no usuário final e orientação para serviços.
Em um ambiente de DevOps, o objetivo principal é oferecer uma qualidade de serviço (QoS) superior aos usuários finais. Com esse propósito, a minimização dos atritos entre silos departamentais foi projetada para acelerar atualizações, mudanças e implantações, bem como o tempo de resolução de problemas, o que proporciona uma experiência melhor ao usuário final. Os profissionais de TI híbrida devem aproveitar as vantagens da abordagem híbrida – maior rapidez, mais escolhas de provisionamento e maior agilidade e eficiência organizacional – a fim de fazer atualizações e mudanças mais rápidas na infraestrutura, tornando o aplicativo mais ágil, otimizado e escalonável.
2. Otimização da visibilidade.
Nos ambientes de TI híbridos, é essencial ter uma visão completa do data center local e da nuvem. Com a necessidade de gerenciar tanto recursos locais quanto na nuvem, é necessário contar com um e um conjunto de ferramentas de gerenciamento que faça emergir um único ponto de verdade entre essas plataformas. Os profissionais de TI podem criar uma ferramenta ou utilizar uma solução de ponta a ponta para agregar, consolidar e visualizar as principais métricas de desempenho e eventos e compilar os principais pontos dos dados. A normalização de métricas, alertas e outros dados coletados de aplicativos e de cargas de trabalho, independentemente do seu local, permitirá uma abordagem mais eficaz à correção, solução de problemas e otimização, o que permite uma experiência de qualidade ao usuário final.
3. A colaboração é fundamental.
Esteja o aplicativo no local ou na nuvem, o objetivo principal é fornecer a melhor experiência possível ao usuário final. Todos são responsáveis pelo QoS, o que inclui o desempenho de aplicativos. Essa abordagem exige transparência, visibilidade, um conjunto consistente de ferramentas de monitoramento e trabalho em equipe.
4. Monitoramento como disciplina.
Investir em uma abordagem ampla ao monitoramento é essencial a qualquer iniciativa de DevOps/TI híbrida. Esse tipo de ferramenta de monitoramento permitirá à TI tomar decisões bem-informadas e comparar o desempenho entre a infraestrutura local e na nuvem. Um sistema que oferece insights práticos, tais como detalhes de uso, saturação e erros, é crucial para velocidade, colaboração e QoS.
O movimento de DevOps trouxe novas práticas, ferramentas e processos que beneficiaram as operações de TI em geral. Ao mesmo tempo, a TI híbrida oferece a flexibilidade, a escolha e a escalabilidade dos serviços na nuvem, juntamente com segurança e economia de custos para as operações das empresas.
Para garantir que as organizações alcancem o sucesso de uma abordagem de TI híbrida, os profissionais de TI podem buscar adotar e integrar os princípios essenciais e as práticas recomendadas de DevOps, o que inclui a orientação ao usuário final, ao serviço e ao desempenho, visibilidade de ponta a ponta e monitoramento com disciplina e colaboração para obter um data center mais ágil, disponível, escalonável e eficiente.
* Kong Yang é gerente técnico da SolarWinds.