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A DGF Investimentos, uma das mais antigas gestoras de venture capital do Brasil, começou a captar um fundo de US$ 50 milhões para investir em mais startups.
De acordo com o site NeoFeed, esse é o sétimo fundo da gestora, que já levantou mais de US$ 200 milhões e investiu em 50 empresas de software e de Software as Service (SaaS) desde 2001.
Atualmente, a DGF tem 25 startups e conta com empresas como Resultados Digitais, Ingresse, Reclame Aqui, Mercado Eletrônico, IntelliBrand e Rocket.Chat, entre outras, em seu portfólio.
Entre as empresas investidas, o crescimento agregado tem sido de 50% ao ano.
Já o número de saídas foi 23, com um retorno médio próximo a quatro vezes o capital investido.
São empresas como a Logocenter, que foi comprada pela Microsiga e deu origem à Totvs, ou Direct Talk, uma das pioneiras em relacionamento com consumidor via internet, que se uniu à Seekr e deu origem à Hi Plataform.
Até o final do ano, a empresa projeta outras saídas com previsão de retorno próximo a esses índices.
O novo fundo começou a ser captado no começo deste ano, mas a pandemia do novo coronavírus fez com que a gestora se concentrasse na orientação ao atual portfólio de startups. Agora, a DGF volta à carga com os investidores.
A captação voltou à ativa no início de outubro e a ideia é fazer o primeiro fechamento até o fim deste ano para começar a investir os recursos.
Como a DGF normalmente participa de séries A, o novo fundo deve manter essa característica, com cheques que podem começar em US$ 3 milhões e ir até US$ 7 milhões.
Uma parte, que pode variar de 30% a 50% do total captado, vai ficar reservada para follow ons nas startups investidas.
Ao mesmo tempo em que começa a captar seu novo fundo, a DGF anunciou Daniel Heise, que apresentou a Resultados Digitais à gestora, como seu novo sócio. O executivo já era investidor da DGF e fundou mais de 10 startups, entre elas Direct Talk, Atrativa e Scup.
Ainda segundo a publicação, a missão de Heise será ajudar na construção do portfólio do novo fundo.
A chegada do executivo acontece depois da saída de Patrick Arippol, que era sócio da DGF, no ano ado, para criar o seu próprio fundo, o Alexia Ventures.
“Ele era a cara da DGF no venture capital e muitos investidores ficaram incomodados com a saída de seu principal gestor”, disse uma fonte do setor de venture capital ao NeoFeed.
A DGF diz que a chegada de Heise não tem nenhuma relação com a saída de Arippol.
O cenário atual é extremamente competitivo entre os principais fundos de venture capital no mercado brasileiro.
Ao mesmo tempo em que a concorrência por um deal aumentou, muitos family offices que não alocavam recursos em venture capital aram a olhar para essa classe de ativos por conta dos juros baixos no mercado brasileiro.
Nesse contexto, os principais fundos que atuam no país estão investindo pesado em startups.
Até setembro deste ano, o volume de aportes em startups brasileiras somou US$ 2,2 bilhões em 322 rodadas, de acordo com dados do estudo Inside Venture Capital Brasil, do Distrito Dataminer.
O volume de recursos investidos nos nove primeiros meses de 2020 ficou atrás apenas de 2019, quando foram aportados US$ 2,3 bilhões nas startups nos nove primeiros meses do ano.
De acordo com o NeoFeed, esse cenário acontece, mesmo em meio à pandemia, porque os principais fundos de venture capital que atuam no mercado brasileiro captaram antes da crise e têm muito dinheiro para investir.
O Softbank, por exemplo, ainda conta com US$ 3 bilhões de seu fundo de US$ 5 bilhões para a América Latina. Já o Riverwood Capital tem US$ 500 milhões para investir em empresas na região.
O Kaszek Ventures, maior fundo da América Latina, captou US$ 600 milhões no ano ado, enquanto o brasileiro Monashees levantou US$ 285 milhões em seu nono fundo.