
A menos de duas semanas do início das férias coletivas na Doux Frangosul em o Fundo, crescem as especulações de que a empresa será absorvida pela BRF (fusão entre Sadia e Perdigão).
Serão mais de 600 trabalhadores do segundo turno, dispensados por 30 dias, a partir de 5 de março.
“Acompanhamos a situação com preocupação. Não temos certeza da continuidade da operação”, desabafou Miguel Luís dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação em o Fundo e Região, segundo o Jornal do Comércio (JC).
Alguma coisa no ar
Elton Weber, presidente da Fetag-RS, suspeita de um anúncio para breve.
“Temos indicações não oficiais de que algum negócio está para ser anunciado e pode ser hoje (quinta) e antes da reunião comm o MP”, comentou o dirigente ao jornal.
De acordo com o JC, desde janeiro, granjas produtoras de leitões integradas à Doux aram a entregar animais a terminadores vinculados à Sadia e Perdigão.
Meses antes, relembra o jornal, no segundo semestre de 2011, a BRF chegou a divulgar um comunicado ao mercado (exigência para companhias com ações na bolsa de valores) sobre tratativas para assumir a planta de abates de suínos da Doux Frangosul existente em Caxias do Sul.
O comunicado fazia a ressalva de que a negociação envolvia apenas unidade física e não produtos ou marcas, conduta preventiva diante das restrições impostas pelo Cade após a fusão.
Problemas desde a crise
A crise mundial de 2008 fez a multinacional perecer com dificuldades de quitar fornecedores, amargando queda de 12,2% na receita de 2009 da operação brasileira – Doux Frangosul -, que ficou em R$ 1,7 bilhão.
Só em 2010, a lista de fornecedores com pagamentos em atraso somava mais de 2 mil criadores de frango integrados no Rio Grande do Sul, conforme dados apurados pelo Correio do Povo.
Já em junho do ano ado, a crise levou a empresa a de origem sa vender seus ativos de peru, operação que representava 6% do abate total no Brasil, à Marfrig por R$ 65 milhões.
No final do ano ado, foi anunciado que a empresa trabalhava num sistema de unificação da TI entre Brasil e França, sendo que a unidade brasileira dita 80% das decisões do setor dentro da empresa, conforme revelado por Luciano Borges Lopes, gerente de e e Infraestrutura do Groupe Doux.
Fundado em 1955, o Groupe Doux atua em aves, produtos à base de carne suína e outros itens processados, com plantas industriais na Europa e no Brasil.
Ao todo, são 17 abatedouros e plataformas de expedição, seis fábricas de embutidos e dez de rações, além de 13 incubatórios.
Operação gigante
A operação global soma 14,5 mil colaboradores e mais de 4,3 mil criadores parceiros em todo o mundo, tendo fechado 2009 com volume de negócios de€ 1,309 bilhão e Ebitda de € 104,3 milhões.
O Groupe Doux está presente em mais de 125 países. No Brasil, opera desde 1998, quando adquiriu a Frangosul.
Hoje, só no país a empresa tem unidades fabris, incubatórios e abatedouros no Mato Grosso e no Rio Grande do Sul.
No estado do Sul, além da sede em Montenegro, onde também fica a fábrica de produtos processados, a companhia tem unidades em Caxias do Sul, Carapó, Salvador do Sul, o Fundo, Nova Bassano, Ipê e Vacaria.
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