
Drones encontrados pela Polícia Civil. Foto: Polícia Civil / DRCID - Deic
A Polícia Civil desmontou um esquema que usou drones para fazer pelo menos 386 entregas de produtos proibidos em presídios gaúchos só em 2021.
Os agentes já vinham vigiando a residência do piloto de drone, que mantinha uma oficina de conserto e treino desses equipamentos em Eldorado do Sul, um cidade próxima a Porto Alegre.
Num lance irônico, o piloto foi localizado por um drone da polícia depois de fugir do local, nesta quinta-feira, 17. O homem é condenado por roubo e receptação e está em prisão domiciliar.
A operação, denominada Drone Delivery, resultou em buscas residenciais em outros sete locais de Eldorado do Sul, Cachoeirinha e São Jerônimo, todas cidades no Rio Grande do Sul.
Os policiais descobriram que os pilotos de drones, usados para entregar mercadorias proibidas em presídios, são ligados à maior facção criminosa gaúcha, com origem no Vale do Sinos.
As investigações policiais rastrearam as coordenadas de pilotagem do primeiro aparelho encontrado, em outubro de 2021, e descobriram que o drone realizou 386 voos na extensão dos seis presídios da região de Charqueadas no ano ado, chegando, algumas vezes, a fazer 20 voos por dia.
Charqueadas é a sede do maior complexo de presídios do Rio Grande do Sul, com sete penitenciárias e 4.845 encarcerados. No estado, segundo o Departamento de Segurança e Execução Penal (Susepea), a população prisional chega a 43.302 pessoas.
Em Cachoeirinha, cerca de 60 km de Eldorado do Sul, os policiais encontraram outra oficina com mais de uma dezena de drones e aparelhos de controle.
Hoje, o principal mercado de drones da América do Sul é o Brasil, com faturamento anual de aproximadamente US$ 373 milhões e cerca de 80 mil drones registrados no país.
De acordo com a Droneii, empresa alemã especializada em pesquisas desse setor, entre 2020 e 2025, a taxa de crescimento anual do mercado de drones será de 13,8% no mundo, chegando em uma receita de US$ 43 bilhões.