Ecólogos rebatem Janer Cristaldo 343827

A Associação Brasileira de Ecólogos (ABE) enviou uma nota oficial ao Baguete Diário nesta quarta-feira, 12, em resposta ao comentário do colunista Janer Cristaldo, que recente coluna afirmou nos comentários que por carecerem de regulação profissional, os ecólogos seriam uma profissão com “o mesmo status profissional de psicanalistas, astrólogos, quiromantes, jogadores de búzios, leitores de tarô e outros vigaristas”.
12 de agosto de 2009 - 17:16
A Associação Brasileira de Ecólogos (ABE) enviou uma nota oficial ao Baguete Diário nesta quarta-feira, 12, em resposta ao comentário do colunista Janer Cristaldo, que recente coluna afirmou nos comentários que por carecerem de regulação profissional, os ecólogos seriam uma profissão com “o mesmo status profissional de psicanalistas, astrólogos, quiromantes, jogadores de búzios, leitores de tarô e outros vigaristas”.

“Pretensos formadores de opinião que não se interam devidamente do assunto que escrevem e que cometem imprecisões e ofensas a respeito de toda uma classe profissional com mais de 30 anos de história são quem mais fazem jus ao adjetivo utilizado pelo Sr. Janer”, fulmina a nota assinada pelo presidente da ABE, Décio Luis Semensatto Junior.

Semensatto destaca no texto que o curso de graduação em Ecologia é oferecido desde 1976 pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e que universidades do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Paraíba e Goiás também oferecem cursos na área.

“Há Ecólogos que ocupam cargos de alta direção em empresas e instituições, professores e pesquisadores de renome internacional e técnicos dos setores público e privado que desempenham de modo exemplar o seu ofício”, assegura Semensatto.

A nota finaliza informando que a ABE, em parceria com Conselho Federal de Biologia (CFBio) e parlamentares tem feito tramitar no Congresso Nacional um Projeto de Lei para regulamentar a profissão, ainda que a ausência da regulamentação não cria demérito para classe, já que outras formações de nível superior, tais como Jornalista, Historiador e Físico estão na mesma situação.

A coluna que originou a polêmica pode ser conferida pelo link relacionado abaixo. Segue a nota na íntegra da ABE:

Ilmos. Srs.,

    Em atenção ao comentário do Sr. Janer Cristaldo publicado no último dia 10 de agosto no Portal Baguete, em que se refere à classe profissional de Ecólogos como “vigaristas”, a Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Ecólogos manifesta que:

. O termo “vigarista” aplica-se àquele que se utiliza de subterfúgios para ludibriar e manobrar a opinião pública com mentiras e cenários irreais, a fim de satisfazer interesses escusos. Neste contexto, os profissionais que exercem de modo responsável seu ofício e reportam a situação que observam, subsidiados por arcabouço técnico e intelectual, são os que realmente se preocupam com o desenvolvimento do país de forma economicamente viável, ecologicamente correta e socialmente justa. Portanto, pretensos formadores de opinião que não se interam devidamente do assunto que escrevem e que cometem imprecisões e ofensas a respeito de toda uma classe profissional com mais de 30 anos de história são quem mais fazem jus ao adjetivo utilizado pelo Sr. Janer.

. Ecólogo não é simplesmente quem quer ser, como pensa o Sr. Janer, mas quem tem capacidade de prestar um vestibular e ingressar em um curso de nível superior e concluí-lo. Todos os cursos de graduação em Ecologia são reconhecidos pelo Ministério da Educação e os diplomas são devidamente registrados e válidos para exercício profissional em todo o território nacional. O curso de graduação em Ecologia é oferecido desde 1976 pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), no campus de Rio Claro (SP). Mais recentemente, a Universidade Católica de Pelotas (Uel – RS), a Universidade de Belo Horizonte (Uni-BH – MG), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí (UNIDAVI – SC), a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e a Universidade Federal de Goiás (UFG) também aram a oferecer o curso de graduação em Ecologia, visto a demanda do mercado de trabalho por um profissional com o perfil do Ecólogo.

. O profissional Ecólogo tem prestígio perante outras classes profissionais de atuação similar e tem se destacado em vários setores da sociedade no Brasil e no exterior, tais como instituições privadas e públicas, em diversos segmentos da sociedade. Há Ecólogos que ocupam cargos de alta direção em empresas e instituições, professores e pesquisadores de renome internacional e técnicos dos setores público e privado que desempenham de modo exemplar o seu ofício. Apenas quem desconhece a seriedade do profissional Ecólogo e o setor de Ecologia e Meio Ambiente é capaz de imaginar que este profissional não possui status perante a sociedade.

A profissão de Ecólogo ainda não é regulamentada, mas isso não impede de modo algum o livre exercício profissional, como garante o Art. 5o da Constituição Federal. A ABE, em parceira com o Conselho Federal de Biologia (CFBio) e diversos parlamentares de renome, tem feito tramitar no Congresso Nacional um Projeto de Lei para regulamentar a profissão. A ABE entende que o fato do profissional Ecólogo ainda não ser regulamentado não cria demérito algum à classe, sendo que esta mesma situação é compartilhada com tantas outras formações de nível superior, tais como Jornalista, Historiador e Físico.

Por fim, a Diretoria da ABE solicita que o Portal Baguete cumpra a sua parte, dando a este ofício a devida e destacada publicidade.

Sem mais, aproveito o ensejo para manifestar minhas saudações.
Atenciosamente,
Décio Luis Semensatto Junior
Presidente da ABE - Associação Brasileira de Ecólogos