
Sandro Valeri, head de estratégia de inovação da Embraer. Foto: Divulgação.
A Embraer, conglomerado transnacional brasileiro fabricante de aviões comerciais, executivos, militares e agrícolas, tem uma nova estratégia voltada para startups, que tem o objetivo de contratar as novas empresas inovadoras como fornecedoras da empresa.
Desde 2014, a companhia é uma das investidoras do Fundo de Investimento em Participações (FIP) Aeroespacial, primeiro na América Latina voltado para o setor.
A iniciativa é fruto de uma parceria com BNDES, Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve-SP) e Finep.
"Enquanto no FIP a visão é investir no crescimento dos projetos, o novo Embraer Startup Program tem o objetivo de fechar contratos", declara Sandro Valeri, head de estratégia de inovação da Embraer, que palestrou na Conferência de Inovação 2018 da Anpei.
O plano da companhia é buscar startups que colaborem com áreas de eficiência aeronáutica, experiência do ageiro, cybersecurity, ciência de dados, voo autônomo, eletrificação, mobilidade urbana e manufatura e design avançado.
A empresa irá divulgar algumas oportunidades de negócios que espera desenvolver com startups no seu portal de inovação aberta, mas a maior parte das empresas será contatada a partir do recrutamento ativo da Embraer.
Hoje a companhia de aviação tem contrato com quatro startups e realizou projetos-piloto com 17 empresas. Além disso, conta com mais de 2,5 mil projetos inovadores mapeados.
Em 2018, o plano é abrir 7 oportunidades de negócio com startups. No próximo ano, a ideia é trabalhar com pelo menos 50, podendo chegar a 200.
O projeto é global, pois o mapeamento de startups é feito pela empresa no Brasil, mas também por unidades localizadas nos Estados Unidos e na China.
Em julho, a Embraer e a Boeing, empresa americana de desenvolvimento aeroespacial e de defesa, criaram uma t-venture na divisão de aviação comercial da Embraer. Com capital fechado, a nova companhia tem sede em São José dos Campos, onde funciona a Embraer, e está avaliada em US$ 4,75 bilhões. A Embraer tem 20% do capital e a Boeing tem 80%.
*Júlia Merker viajou a Gramado para a Conferência de Inovação 2018 a convite da Anpei.