
Kaspersky está fora do governo americano. Foto: Kaspersky blog.
O Department of Homeland Security, responsável pela segurança interna nos Estados Unidos, acaba de publicar uma diretriz que obriga os órgãos públicos do país a remover qualquer software da Kaspersky Lab em 90 dias.
Pela norma, os gestores de TI responsáveis têm 30 dias para identificar o software e 60 dias para planejar a substituição.
A agência, mais conhecida pelos brasileiros por ser responsável pelos controles de imigração nos aeroportos dos EUA, justificou a decisão pelos laços da Kaspersky com os serviços de espionagem da Rússia e as leis russas que obrigam a empresa abrir para o governo dados que transitem em redes do país.
A Kaspersky distribuiu um comunicado informando que as vendas para o governo americano já não eram expressivas e que a proibição não afetará os planos de expansão na América do Norte, que incluem a abertura de escritórios em Los Angeles, Chicago e Toronto ainda 2018.
Outras empresas enfrentam situações similares, como a chinesa Huawei, proibida de vender para os governos americano e australiano. A China também não compra software da Kaspersky ou de qualquer fabricante não chinês.
Os problemas da Kaspersky, no entanto, podem estar entrando na esfera dos consumidores finais: na semana ada, a rede de varejo de tecnologia Best Buy decidiu parar de vender os produtos dos russos, sem dar maiores explicações.
O envolvimento dos serviços de espionagem russos na última eleição americana ainda está em discussão no país e ajudou a levar o debate sobre a Kaspersky para o mainstream.
O Brasil, junto com a América Latina, é uma região em alta para a Kaspersky.
A multinacional russa reforçou no final do ano ado sua atuação na América Latina, transformando a região na sétima unidade de negócios autônoma da companhia.
A região latino americana ou a ter autonomia para definir estratégias comerciais e de canal, assim como já acontece nas áreas Ásia Pacífico, Europa, América do Norte, Japão, Rússia e na área que une Oriente Médio, Turquia e África.
Os negócios na América Latina representam 7% do faturamento da Kaspersky Lab, que nos últimos anos tem ficado estagnado na faixa dos US$ 600 milhões.