O levantamento indica que, após superar a crise financeira internacional com mais facilidade do que os países desenvolvidos, as economias emergentes, especialmente o BRIC, tiveram maior participação neste mercado: no segundo semestre de 2010, representaram 52% do total de operações no mundo.

25 de fevereiro de 2011 - 13:42

Brasil, Índia e China tiveram destaque mundial nas operações de IPO de empresas com o apoio de fundos de private equity em 2010, segundo o relatório Ernst & Young - Private Equity, Public Exits.

O levantamento indica que, após superar a crise financeira internacional com mais facilidade do que os países desenvolvidos, as economias emergentes, especialmente o BRIC, tiveram maior participação neste mercado: no segundo semestre de 2010, representaram 52% do total de operações no mundo.

No segundo semestre de 2007, o mesmo índice havia sido de 30%, enquanto no primeiro estava em 21%.

PE forte na TI
Enquanto em 2009 as operações de IPO foram marcadas por fatores cíclicos, e tiveram como destaque empresas do ramo de oferta de serviços ao consumidor resistentes à crise, em 2010 o cenário foi mais positivo para a TI.

As companhias do segmento, conforme o estudo, representaram quase 25% em volume e número de operações, com 35 IPOs e US$ 8,4 bilhões captados no mercado.

O valor é mais do que o triplo de dez operações em 2009, com US$ 1,9 bilhão captado.

Segundo melhor resultado da história
Globalmente, em 2010 o mercado de IPOs teve atividade expressiva, com 1.485 companhias levantando valor total de US$ 282,5 bilhões.

As operações apoiadas por private equity envolveram 155 companhias, que somaram US$ 35 bilhões.

O resultado é mais que o dobro do que em 2009, quando foram captados US$ 16,8 bilhões e quase três vezes mais que em 2008, durante a crise econômica mundial.

Ou seja: o segundo melhor resultado da história, perdendo apenas para 2007, quando as companhias que aram o mercado com o apoio dos fundos de PE obtiveram juntas US$ 58 bilhões.

Expansão à vista
“Os IPOs continuarão a ser uma alternativa importante para os desinvestimentos dos fundos de private equity em 2011. Há previsão de aumento de operações, representando oportunidade para os fundos obterem liquidez e garantirem retorno a seus quotistas”, aponta o relatório da Ernst & Young.

Conforme o estudo, as boas condições econômicas dos mercados emergentes devem permitir que os fundos encerrem seus atuais ciclos de investimento e procurem novas oportunidades em empresas que queiram abrir capital.

O sócio de Transações da Ernst & Young Terco, Carlos Asciutti, estima que as operações envolvendo fundos de PE no Brasil deverão representar, em 2011, pelo menos 30% do total de IPOs.

Ou seja: similar aos níveis verificados antes da crise global.

“O apoio de um fundo de PE possibilita às empresas melhor preparo para ar o mercado de capitais”, afirma Asciutti. "O private equity tem a mesma visão do investidor em relação às reestruturações que são exigidas das empresas investidas nas áreas de governança corporativa, controles e práticas de gestão”, completa.

Ainda segundo ele, vale lembrar  que os cotistas dos fundos de PE são os mesmos que investem no mercado de capitais.

Com e sem PE
A pesquisa mostra, ainda, que o volume global total de IPOs - incluindo operações com e sem apoio de PE - foi influenciado pelo mercado de

Ásia e Pácifico, que respondeu por 75% das emissões globais, com US$ 182 bilhões obtidos em 828 operações.
Esse mercado foi seguido por Américas, que tiveram US$ 58,6 bilhões e 375 operações; e a região Emeia (Europa, Oriente Médio, Índia e África), com 284 companhias captando US$ 41,9 bilhões.

“O volume total de IPOs foi reforçado por diversas operações de destaque ao longo do ano, como o Agricultural Bank of China, maior lançamento da história, com US$ 22,1 bilhões, e a volta da General Motors ao mercado de capitais, captando US$ 18,8 bilhões na Bolsa de Nova York”, informa o comunicado da E&Y.

IPO médio
A despeito da aceleração nas atividades gerais de operações, o IPO médio em 2010 foi de US$ 226 milhões, 24% menor na comparação com 2009, que registrou cerca de US$ 299 milhões.

Após a crise econômica mundial, os fundos de private equity vêm mantendo percentagens maiores nas companhias após os IPOs – desde 2006, as ações vendidas pelos fundos nas ofertas iniciais caíram 23%, e representam uma média de 24,6% do capital vendido via IPO.