
Tecnologia de armazenagem de fitas está no mercado há décadas. Foto: Intel.
A armazenagem de dados em fita magnética, uma tecnologia que está na praça desde os anos 50, segue viva e melhorando.
Nesta semana, a IBM e a Fujifilm estabeleceram um novo recorde mundial para armazenamento em fita, o sexto das companhias desde 2006.
Um protótipo desenvolvido pelas empresas consegue armazenar 317 GB/in2 (gigabits por polegada quadrada), o que é 48 vezes mais do que o cartucho padrão LTO8 e 29 vezes mais do que o produto top de linha da IBM hoje.
Um único cartucho de fita com essa nova densidade de área tem o potencial de armazenar cerca de 580 terabytes (TB) de dados. Os primeiros cartuchos, na década de 50, avam até 2 megas.
Se toda essa informação fosse gravada em CDs, seriam necessiarias 786 mil unidades, que empilhadas com cuidado teriam 944 metros de altura - o mesmo tamanho do Burj Kalifa, edifício construído em Dubai que é o mais alto do mundo hoje.
A melhoria de performance foi obtida trocando o revestimento das fitas magnéticas, que hoje é feito com partículas de ferrita de bário por um novo elemento com o belo nome de ferrita de estrôncio.
Além disso, a IBM e a Fujitsu também melhoraram a intensidade da fricção na cabeça da fita, algo que todos nós fizemos com nossos videocassetes em seu momento.
Assim, quando a fita é lida, ela a pela cabeça numa velocidade de cerca de 15 km/h e é lida com uma precisão de cerca de 1,5 vezes a largura de uma molécula de DNA.
Porque tudo isso é importante? Porque a tecnologia de armazenagem em fita deve seguir por aí por alguns anos, uma vez que provê uma forma barata e prática de fazer armazenagem de dados de longo prazo, backup e outras tarefas pouco charmosas, mas necessárias.
Atualmente, são produzidos 2,5 trilhões de bytes de dados todos os dias e a previsão é que os dados globais devem chegar a 175 zetabytes até 2025, o que representa um crescimento anual de 61%.
Para armazenar toda a quantidade de dados já existentes, no mundo, são 500 data centers em hiperescala que armazenam cerca de 547 exabytes (EB) de dados reais, com mais de 151 centros em operação, o que deve triplicar o consumo de energia em hiperescala até 2023 em comparação com 2015.
Com o crescimento da Internet das Coisas (IoT), o surgimento de vídeo de alta definição 4K/8K e análises de big data baseadas em IA, a demanda por armazenagem só deve aumentar.