
É o fim de uma era no país. Foto: Divulgação.
A Ford vai fechar até o fim de 2019 a fábrica de São Bernardo do Campo.
A empresa comunicou a decisão em nota nesta terça-feira, 19, alegando que a medida faz parte do seu plano de reestruturação regional, cujo objetivo seria o "retorno à lucratividade sustentável de suas operações na América do Sul".
Com o fechamento da fábrica paulista, deixará de ser vendido no país o carro popular Fiesta, no mercado desde os anos 90, assim como as linhas de caminhões Cargo, F-4000, F-350.
A fábrica de São Bernardo foi a primeira da montadora americana no país, operando desde 1967, quando a companhia adquiriu a Willys-Overland do Brasil. A fábrica tem 3 mil funcionários, dos quais boa parte deve ser demitida.
A Ford mantém no país as unidades de Camaçari, na Bahia (que hoje produz Ka e EcoSport), e Taubaté, em São Paulo, onde fabrica motores, transmissões e outros componentes.
O término da produção do Fiesta integra a estratégia, anunciada recentemente pela matriz norte-americana, de concentrar suas operações na oferta de SUVs e picapes, em detrimento de automóveis de eio.
Em outubro do ano ado, a montadora já havia anunciado para maio de 2019 o término da fabricação do Focus em Pacheco, na Argentina, de onde era exportado ao Brasil.
De acordo com a companhia, apesar do fim das atividades de manufatura na unidade de São Bernardo do Campo, as instalações continuam abrigando a sede istrativa da empresa no Brasil.
Por conta do encerramento da fábrica paulista, a empresa projeta eliminar cerca de R$ 460 milhões em despesas não recorrentes, bem como "redução em mais de 20% dos custos referentes ao quadro de funcionários e à estrutura istrativa em toda a região".
A decisão da Ford sem dúvida aumentará a pressão em torno da situação da General Motors, que está negociando incentivos com o governo paulista e redução de benefícios para os funcionários.
Em janeiro, a filial brasileira da GM enviou comunicado aos seus funcionários, informando sobre a possibilidade de encerramento das atividades no Brasil e América do Sul por conta de recorrentes prejuízos operacionais nos últimos anos - especialmente nas fábricas paulistas de São Caetano do Sul, no ABC, e São José dos Campos, no Vale do Paraíba.