O número de fusões e aquisições no Brasil registrou queda no quarto trimestre de 2011, ficando 16% abaixo do que no mesmo período de 2010, segundo dados da Ernst & Young Terco.
Conforme a consultoria, foi o segundo trimestre consecutivo de queda no setor: no 3T11, o volume destes negócios no país havia tido queda anual de 14%.
Com isso, o valor total de transações brasileiras anunciadas apresentou uma retração trimestral de 38%, alcançando o nível mais baixo desde o primeiro trimestre de 2010.
Segundo Ricardo Reis, líder de fusões e aquisições da Ernst & Young, as quedas refletem uma pausa nas transações por parte de investidores estrangeiros, que pararam para reavaliar possíveis negócios no Brasil, em função da turbulência na economia global.
Ainda conforme o especialista, não foi só o número de acordos que decaiu, mas também o valor das negociações realizadas, que decresceu 26%, em média, na comparação trimestral.
Conforme Reis, o valor médio dos acordos para negócios envolvendo o Brasil está em US$ 293 milhões.
Globalmente, a situação não é diferente: o estudo da Ernst & Young mostra que os negócios de M&A tiveram queda de 14% no 4T11, ante os quatro meses anteriores, e de 18% na comparação anual.
O valor das transações globais também decaiu, com retração de 25% trimestre/trimestre.
Assim como no mercado brasileiro, este valor também está no patamar mais baixo desde o primeiro trimestre de 2010.
Mundialmente, os líderes de redução no volume de fusões e aquisições são Europa Central e do Leste (61%) e Oceania (51%).
Por setor, a indústria automotiva é a única com elevação no valor das negociações, de 6%, e na quantidade de negócios, de 11%.
No fim da lista, a área com pior desempenho é Telecom, com queda de 74%, seguida por gestão de recursos (-56%), bancos (-50%) e consumo (-41%).