Fusões e aquisições: empresa não é filho 15115x

Os empresários de TI do Rio Grande do Sul deveriam deixar de encarar seus negócios como um filho do qual é difícil se despreender ou dividir responsabilidades, para vê-los como um ativo para uma eventual negociação.

Foi o recado que deixaram no Meeting de Tecnologia da Federasul nesta terça-feira, 12, Maurício Lima, diretor executivo da Invest Tech e André Burger, sócio da Proinvest Finanças Corporativas.
12 de maio de 2009 - 17:08
Fusões e aquisições: empresa não é filho
Os empresários de TI do Rio Grande do Sul deveriam deixar de encarar seus negócios como um filho do qual é difícil se despreender ou dividir responsabilidades, para vê-los como um ativo para uma eventual negociação.

Foi o recado que deixaram no Meeting de Tecnologia da Federasul nesta terça-feira, 12, Maurício Lima, diretor executivo da Invest Tech e André Burger, sócio da Proinvest Finanças Corporativas.

“Não dá para pensar sempre no negócio pelo o que ele gera para o empresário no momento”, resumiu Lima, para quem alguns empreendedores pecam por pensar em fusões, vendas e entrada de sócios investidores apenas quando a empresa rende abaixo do esperado.

Lima tem autoridade para falar sobre o assunto. A paulista Invest Tech tem cerca de 10 projetos envolvendo companhias de TI no pipeline no momento e traz no currículo experiência em projetos como a t venture entre os indianos da Tata e brasilense TBA, que trouxe a TCS para o Brasil, além da fusão que originou a Braxis e a posterior entrada do fundo Gávea no negócio.

Para o executivo, o setor de serviços de TI deve ar por uma onda de consolidação similar a atualmente em desenvolvimento entre os fornecedores de ERP. Num outro momento, fornecedores de segmentos específicos como varejo e istração de condomínios devem ser consolidados.

“À medida que esses segmentos se consolidam, os novos players vão querer simplificar a istração dos prestadores de serviço”, concorda  André Burger, sócio da ProInvest e profissional com 23 anos de experiência na área, conhecido do mercado gaúcho por sua agem pelo fundo de investimento porto-alegrense CRP.

Apesar das fusões e aquisições no Brasil terem sofrido uma redução em função da crise – a PwC indica que o número entre janeiro e abril foi de 164, uma queda de 25% sobre o ano ado, mas ainda assim 8% acima de 2005 – a perspectiva é de aquecimento. A TI esteve à frente no ano ado todo e nesses primeiros anos ficou em segundo lugar, com 16 operações.

“Há pelo menos 30 fundos de investimentos ativos no Brasil no momento, com capital de cerca de US$ 8 bilhões”, comenta Burger. A própria Invest Tech istra um pequeno fundo com recursos da Finep, no valor de R$ 31,4 milhões.

De acordo com Burger, os fundos são uma boa alternativa de capitalização, em um momento em que os bancos privados estão retendo crédito.

Burger, que afirma ter conversado nas últimas semanas com gestores de 42 fundos de diversos tamanhos e segmentos de atuação, diz que o alvo médio dos investidores são negócios com faturamento de US$ 25 milhões, para investimentos de cerca de US$ 2 milhões.

Para Burger, não são todos os empresários que agüentam as exigências dos novos sócios, que em média esperam um retorno de três vezes sobre o valor investido em até cinco anos. “Com o tempo, acabei vendo que isso não é para pessoas que estejam conformadas com casa na praia e um carro novo por ano”, brincou o executivo, falando bastante a sério.