
"Você viu o desenho, agora pode fazer o projeto?". Foto: Divulgação
O Gartner resolveu arriscar um pouco e colocar carros voadores na sua lista de sete possíveis transformações que os CIOs devem observar para projetar o futuro de seus negócios para os próximos cinco anos.
Os carros voadores, que os saudosistas lembram como um apetrecho cotidiano dos Jetsons, a família futurista de desenho animado, devem se tornar uma realidade em breve, aponta a consultoria.
“Várias empresas estão trabalhando em novas aeronaves pilotadas por Inteligência Artificial e projetadas para criar uma maneira mais rápida, barata, segura e de baixo carbono para realizar viagens aéreas, principalmente em áreas congestionadas”, aponta o Gartner.
Apesar do nome “carro voador”, o Gartner está falando mais dos chamados veículos autônomos voadores, ou veículos aéreos não tripulados ou drones de ageiros, e são projetados para operar sem um piloto humano.
“Apesar dos potenciais desafios regulatórios, os CIOs devem avaliar quais problemas de transporte – movimentação de pessoas e cargas – podem ser resolvidos com o uso desses veículos”, avalia o Gartner.
Fica o alerta para os CIOs. Segundo o Gartner, o primeiro serviço de táxi voador está programado para ser testado em 2024.
E FORA OS CARROS VOADORES?
Jornalistas gostam de fazer gracinhas de previsões ousadas, mas a verdade é que a maior parte da lista do Gartner é bem menos controversa do que carros voadores, ainda que tenha lá a sua dose de futurismo.
De acordo com o Gartner, os CIOs devem ficar de olho em experiências de trabalho no chamado Metaverso, o tal universo virtual que está em 10 de 10 listas de tendências futuras do momento (apesar de outros já apontarem que o tema está murchando).
O Gartner prevê que, até 2027, os espaços de trabalho totalmente virtuais serão responsáveis por 30% do crescimento do investimento em tecnologias ligadas ao metaverso, em processos para reimaginar a experiência dos escritórios.
Também está na lista a chamada “Economia Humana Digital”, cujos possíveis usos envolvem assistência médica, atendimento a clientes, influenciadores virtuais, treinamentos de RH e até trazer pessoas “de volta à vida”, como naquele episódio da primeira temporada de Black Mirror.
O Gartner prevê que, até 2035, a economia humana digital se tornará um mercado de US$ 125 bilhões e continuará a crescer.
Temas organizacionais também estão na lista, como a “Organização Autônoma Descentralizada”, um modelo de organização emergente no mercado de serviços de TI, baseado em blockchain, sem gerenciamento humano convencional.
Outro tema de mobilidade listado é o carregamento de veículo elétrico sem fio, que, na visão do Gartner, deve fazer “mais sentido” para veículos de frota, como ônibus e táxis.
Em temas de engenharia, a previsão é que o grafeno substitui o silício em até 10 anos, visto que há um “enorme potencial” para que transistores à base de carbono ganhem espaço para substituir o silício em transistores tradicionais quando atingirem seus limites mínimos de tamanho.
Os CIOs devem considerar novas oportunidades possibilitadas por tecnologias baseadas em grafeno e começar a identificar fornecedores emergentes, aponta o Gartner.
Por fim, o Gartner tem uma previsão de ecos algo apocalípticos, ao dizer que “a tecnologia se torna descartável”.
“E se a indústria de tecnologia começar a espelhar a indústria da moda, com aplicativos “descartáveis” projetados para serem feitos, usados e descartados rapidamente?”, se questiona a consultoria. “Há oportunidades para os CIOs levarem isso para o próximo nível e se prepararem para a flexibilidade da tecnologia descartável”.