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Diego Meneghetti, fera no cubo mágico. Foto: Baguete.
Que tal relaxar após um dia cansativo de trabalho envolvendo raciocínio complexo... Treinando por horas a maneira certa de resolver um cubo mágico no menor número de movimentos possíveis?
Pode parecer que não é o melhor plano, mas é justamente o que faz Diego Meneghetti, ex-programador da portoalegrense Ondaweb e também campeão brasileiro de cubo mágico. Isso mesmo, cubo mágico.
Meneghetti conquistou o título no evento, realizado em Santos, participando da categoria "Fewest Moves", que avalia os competidores de acordo com o tempo e o número de movimentos usados para arrumar o cubo.
"Meu melhor tempo foi de 15.66s, ou seja, 15 segundos e 66 centésimos, e a minha média foi de 16,43s", afirmou o jovem, explicando que a média é feita sobre o cálculo de cinco tentativas.
Só para uma comparação simples, vale frisar que o recorde mundial é de 5,66 segundos. Outra coisa: um cubo normal pode ter até 43 quintilhões [milhões de milhões de milhões] de combinações possíveis.
A solução para o problema de como resolver um cubo com o menor número de movimentos possíveis é conhecido em círculos matemáticos como “algoritmo de Deus”.
Em 2005, o menor número de movimentos para resolver o cubo era de 28, número que caiu para 26 dois anos depois. Em 2010, em uma pesquisa na qual chegaram a ser usados os servidores do Google para processar cálculos, foi provado que o número exato é 20.2 .
Como dá para notar, muita gente leva o invento do professor universitário húngaro Ernõ Rubik bastante a sério.
Tanto que desde 2003 existe a World Cube Association, entidade que regula e organiza as competições com o briquedo, que já se dividem em 17 modalidades de competição diferentes e reúnem milhares de pessoas pelo mundo.
Embora a técnica de Meneghetti já esteja apurada, não faz tempo que ele brinca com os cubos. Um enxadrista dedicado por vários anos, Meneghetti ou para o cubo há cerca de dois anos, e não para de praticar desde então.
"Comecei a praticar o 'speedcubing' no final de 2011. Antes deste campeonato, eu só havia participado da segunda edição do Campeonato Gaúcho de Cubo Mágico, que ocorreu em Novo Hamburgo, em 2012", destacou.
Para manter a técnica apurada, toda hora é boa para treinar, seja se concentrando na prática em si, lendo livros, ou ficando com o cubo nas mãos enquanto realiza outras atividades - durante a reportagem, inclusive, ele não parava de usar o brinquedo.
"Normalmente eu treino no meu quarto, escutando música ou vendo TV, resolvendo o cubo repetidamente e marcando meus tempos em cronômetros digitais. Atualmente eu treino para testar os meus limites, bater meus recordes pessoais e estar constantemente me superando", explica.
Mas toda essa dedicação ao cubo mágico rende alguma coisa no lado profissional? Ele acredita que sim, que o cubo traz benefícios desenvolvendo o raciocínio lógico e a noção espacial, mas essa não é a motivação principal.
"Resolver o cubo em poucos segundos no fundo é uma habilidade inútil, mas a questão não é essa. Para mim, fazer qualquer atividade realmente bem traz realização pessoal e pode ser muito divertido", completa o gaúcho.
Até hoje, a estimativa é que tenham sido vendidas quase três milhões de unidades do cubo mágico ao redor do mundo. Aqueles que não ficaram loucos tentando resolver um podem muito bem concordar com Meneghetti.
Confira abaixo um vídeo de Diego em ação, com direito a participação e breve comentário deste repórter que vos escreve.