
Entra em produção no mês que vem a Madonna, antena digital para telecom idealizada pela porto-alegrense Solentech. Para lançar o equipamento, a companhia firmou parceria com a mineira Sygma, criando a Ion Telecomunicações, focada na prototipagem e fabricação em massa do equipamento.
Conforme Narcelio Ramos Ribeiro, um dos sócios da Solentech, um estudo realizado pelas duas empresas demonstrou que há, no país, um mercado de aproximadamente US$ 100 milhões por ano para este tipo de equipamento. A meta é abocanhar 5% de participação neste nicho dentro de três anos.
A linha de fabricação da Ion ficará em Santa Rita do Sapucaí. Na nova empresa, a Sygma é sócia majoritária, com 60% de participação e investimento inicial estimado de R$ 1,2 milhão.
“Uma pré-série de antenas, com cerca de 20 unidades, já foi fabricada para demonstração a potenciais clientes”, explica Ribeiro. “Trata-se de um equipamento nacional para atender à demanda de um mercado hoje atendido quase que unicamente por fornecedores estrangeiros. O diferencial será qualidade com um custo inferior”, complementa.
A novidade, definida tecnicamente como antena parábola vazada de dupla polarização, é destinada à faixa de 1,5 a 4,5 Ghz e pode ser usada para transmissão de dados e voz em rádios digitais, usados por operadoras de telefonia, transmissoras e distribuidoras de energia elétrica, além de empresas de logística.
“A dupla polarização possibilita que o equipamento transmita o dobro de informações, se comparado à capacidade de uma antena simples atuando na mesma freqüência”, detalha Ribeiro. “Isso potencializa o desempenho de enlaces de comunicação das empresas de telefonia. Trata-se de duplicar a velocidade de processamento sem resultar em aumento proporcional de preço”, afirma.
Outro diferencial do equipamento, segundo o executivo, é a possibilidade de unir duas antenas ou mais, aumentando o resultado. Instalando nove módulos em forma de arranjo, por exemplo, a estrutura terá alcance triplicado, se comparado com o uso de uma antena comum.
O corte no custo da Madonna se deve, em parte, à economia de recursos na fabricação, que utiliza a metade dos insumos usados para construção de uma antena convencional. O equipamento também é desmontável e necessita de apenas uma hora para instalação em torres de telecomunicação.
“Também é rápido o processo de produção, embalagem e distribuição, o que reduz o custo produtivo geral”, destaca Ribeiro.