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Jorge Gerdau durante o Fórum. Foto: divulgação/IEE
Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de istração da Gerdau, afirma estar “tremendamente angustiado” com a situação do Rio Grande do Sul e fez críticas à decisão do governador Tarso Genro de retirar R$ 4,2 bilhões de depósitos judiciais para reforçar o caixa único.
“Eu me pergunto se o fiel depositário tem garantias de que os recursos voltarão ao caixa único e quem avaliou o risco dessa operação”, criticou Gerdau, durante sua palestra na abertura do Fórum da Liberdade, evento promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais que encerra nesta terça-feira, 09, em Porto Alegre.
Os comentários de Gerdau aconteceram no contexto de uma crítica mais ampla do que o empresário considera a falta de uma “cultura de governança” e meritocracia na istração pública.
“Quando se a a ter o domínio da politicagem sobre a gestão, se tira competência da istração”, afirmou Gerdau, que voltou afirmar que somente o Exército, BNDES, Banco Central, o Itamaraty possuem uma gestão interna que promove a meritocracia.
Gerdau voltou a criticar o excesso de ministérios, que, depois da criação do ministério da Pequena Empresa, atingiram o número de 39, ainda que sem fazer uso de termos tão duros quando na época, quando disse que a “burrice de criar ministérios está no limite”.
“Não vou falar mais sobre ministérios porque me dei mal da última vez”, brincou o empresário, para em seguida criticar o excesso de CCs.
O empresário gaúcho, presidente da Câmara de Políticas de Gestão criada pela presidente Dilma Rousseff e cotado algumas vezes para ele mesmo assumir um ministério, fechou sua palestra com uma frase que mostra que a convivência com os políticos não melhorou muito – ou, quem sabe, piorou – sua imagem da categoria.
“O Cosme de Médici já dizia que um empresário deve cuidar primeiro da sua família, depois da empresa e em terceiro lugar dos políticos, para que eles não estraguem tudo de bom que foi feito na empresa”, comentou Gerdau, sob aplausos.
Para quem está curioso sobre a fonte da citação, Cosme de Médici foi um banqueiro e político do século XV, fundador da dinastia política dos Médici, tendo sido governante de Florença de 1429 a 1464.